A culminância da audácia e humildade do Criador foi atingida, quando ele escolheu, dentre as criaturas, a criatura humana, para fazer do homem um co-criador, encarregado de ajudar a Natureza a atingir o máximo de suas virtualidades, e de completar a criação....
A diferença que há entre o fariseu e o santo é sobretudo esta: o fariseu é largo consigo e estreito com os outros; quer obrigar todo mundo a ir para o céu à força. O santo só é exigente consigo; com os pecadores, é largo como a bondade divina, sem limites como a misericórdia do Pai.
A expressão dominar a Natureza tem sido muito explorada por nós. Não se trata de pisar a Natureza, de poluí-la, devastá-la, dilapidá-la. Seria muito mais reger a Natureza, preparando-a para a Comunicação Universal.
A grande verdade libertadora é a morte e ressurreição de Jesus Cristo, filho de Deus, que se fez nosso Irmão e nosso Salvador.
A guerra é apresentada como instrumento de paz social, como incentivadora do progresso técnico, como criadora de empregos e do bem-estar para muitos.
A guerra foi sempre absurda e sem sentido. Por que concluir que tem razão quem vence, quem domina, quem esmaga? Acontece que as guerras se tornam sempre mais covardes e mortíferas. Bombas comandadas eletronicamente à distância atingem, com precisão matemática e de modo arrasador, os alvos prefixados: depósitos de armas, fontes de energia, mas também populações civis, desarmadas, só para difundir o pânico e forçar a derrota. Sabe-se que com as armas químicas e bacteriológicas (biológicas) e com as armas nucleares o homem tem nas mãos poder para fazer desaparecer a vida da face da Terra.
A Igreja não quer dominar a marcha dos acontecimentos. Quer servir aos homens, ajudando-os em sua libertação.
A Igreja não se marginaliza da história. Ela vive no coração da história por meio de seus leigos livres, adultos e responsáveis.
A liberdade é um dom divino a salvar a qualquer preço. Vamos libertar, no alto e profundo sentido da palavra, todas as criaturas humanas que vivem em torno de nós.
A melhor maneira de combater o erro é libertar as parcelas de verdade prisioneiras dentro dele.
A miséria é revoltante ou aviltante: fere a imagem de Deus, que é cada homem; viola o direito e o dever do ser humano ao aperfeiçoamento integral.
A miséria precisa ser incorporada, por nós, às guerras, como sendo a mais hipócrita, a mais traiçoeira e a mais mortífera de todas elas.
A mulher procura descobrir as qualidades especificamente femininas que ela recebeu de Deus. Quando o homem pensa que só o homem pensa, coitado dele. Quando o homem pensa que não tem nada a ganhar com a colaboração feminina, ele está muito enganado. Ele nunca experimentou ter, ao lado de sua cabeça de economista, de sociólogo, de filósofo, sei lá de quê, o ângulo de visão feminino, que o completa. Não foi por acaso que Deus criou o homem e a mulher: ambos se completam.
A não-violência ativa é humilde, nada espetacular, é demorada, mas é o único caminho verdadeiramente libertador.
A necessidade de ter a consciência em paz leva os países ricos a numerosas explicações quanto à distância sempre maior, entre países pobres e países ricos.
A partir do momento em que ficou provado que a guerra nuclear e a guerra bioquímica podem liquidar a vida na face da Terra, criaturas inteligentes deveriam abandonar, para sempre, o apelo à guerra.
A paz com Deus é o fundamento último da paz interior e da paz social.
A paz é, finalmente, fruto do amor, expressão de uma real fraternidade entre os homens.
A paz não se encontra, ela se constrói. O cristão é um artesão da paz.
A pobreza pode e às vezes deve ser um dom generosamente aceito ou até espontaneamente oferecido ao Pai.
A raiz profunda anticomunicação – para além da diversidade de línguas e de culturas, é o egoísmo.
A solidariedade humana não pode ser realizada senão em Cristo, que dá a paz que o mundo não pode dar.
A visão cristã do homem ensina que Cristo, sem deixar de ser o Filho de Deus, se fez Homem, é o Homem-Deus, Salvador e Irmão dos Homens.
Aceleremos, sem perda de tempo, como obra cristã e de evangelização, o esforço do desenvolvimento.
Alegar que o povo é analfabeto é partir do equívoco de que é incapaz de pensar, de julgar, de discernir quem não sabe ler, nem escrever.
Ao invés de querer reformar os outros, tratemos, em primeiro lugar e com seriedade, da nossa própria conversão.
Ao invés de termos que nos contentar com a informação vaga de que o Universo nasceu de uma explosão – sem possibilidade de ir mais longe –, aceitamos, tranqüilamente, a existência de um Criador, um Ser Supremo, de Infinita Sabedoria, de Poder Infinito e de Infinita Bondade...
Ao invés de termos visão limitada, de quem se contenta com o que vê da própria janela, aprendemos com o horizonte a alargar, o mais possível, a visão...
Aqueles que se podem aprofundar na ciência estão, cada vez mais, decididos a colocar a serviço dos grandes problemas humanos os estudos, as pesquisas, que conseguem realizar.
Arrancar esse homem e jogá-lo para as surpresas da cidade é um crime contra Deus e contra a criatura humana.
Até hoje a não-violência não mudou efetivamente estruturas de opressão. Mas acontece o mesmo com a violência. Se os oprimidos se tornam opressores, mesmo com a alegação de que será situação provisória, a opressão não acabou – continua e até se agrava...
Até quando os homens não crerão no homem? Até quando não levaremos a sério que o homem participa do Poder Criador e tem a missão de dominar a Natureza e completar a Criação?
Até quando, deixaremos de optar pela clara possibilidade de assegurar a abolição da miséria na Terra inteira, como ponto decisivo de partida para uma autêntica promoção humana, para ficar assistindo a uma corrida armamentista que, sem segredo para ninguém, pode levar à liquidação da vida na face da Terra?...
Como só a verdade nos libertará, nós, cristãos, devemos ter a coragem de confessar que se todas as religiões – e, inclusive, o humanismo ateu – têm razão de sobra para andarem humilhadas, ante o insucesso de nossa missão humanizadora, o triste recorde de humilhação cabe ao Cristianismo.
Crede na força do espírito! Não fomos criados para destruir, mas para construir. O amor vencerá o egoísmo. As guerras, de tão absurdas e anti-humanas, acabarão, antes de acabar com a humanidade. Basta de impérios! Basta de opressores e de oprimidos. Vamos unir as minorias sedentas de paz autêntica, em torno da multinacional de justiça e liberdade.
Creio em um Criador e Pai, que quis o homem como co-Criador e lhe deu inteligência e imaginação criadora para dominar o Universo e completar a Criação.
Cuidado com escapatórias conscientes ou não, como a da explosão demográfica. Alguns, com a melhor das intenções, partem de um mal real, como o crescimento vertiginoso da população em certas áreas, e acabam, praticamente, reduzindo a este item a responsabilidade do subdesenvolvimento e da miséria.
Cuidado com os que aderem, com entusiasmo, à inadiabilidade da total descolonização política do mundo, sem a coragem de reconhecer, aberta e claramente, que sem independência econômica quase nada significa a mera independência política...
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Pensamentos selecionados e ordenados pelo pesquisador potiguar José Ozildo dos Santos.
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