Cientistas brasileiros e americanos identificaram
no sangue de um paciente que morreu em São Paulo uma nova superbactéria que é
altamente resistente ao antibiótico vancomicina, remédio comum e de baixo custo
utilizado para tratar infecções causadas por bactérias Staphylococcus aureus
resistentes à metilicina (SARM).
Um estudo sobre a nova cepa foi divulgado no último
dia 17 na publicação científica “The New England Journal of Medicine” e relata
que a nova linhagem isolada no país também pode ser encontrada fora de
hospitais, principal local de contaminação, e seriam transmitidas
principalmente por contato com a pele.
Segundo o estudo, indivíduos saudáveis podem
contrair este tipo de infecção por estafilococos, e não apenas enfermos ou
pessoas com imunidade baixa. A pesquisa foi liderada por Cesar Arias, da Centro
de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, em Houston, e teve coautoria de
Flávia Rossi, diretora médica do Laboratório de microbiologia do Hospital das
Clínicas, em São Paulo.
Apesar do alarme, como existe apenas um caso
documentado deste tipo de infecção, ainda é cedo para dizer se a superbactéria
é uma ameaça.
O artigo publicado explica que a bactéria foi
encontrada no sangue de um homem de 35 anos, que se internou no Hospital das
Clínicas de São Paulo.
A nova cepa foi detectada em agosto de 2012, quando
a vítima ainda estava viva. Segundo Flávia, a nova linhagem não foi a causa da
morte do paciente, que sofreu múltiplas complicações.
Segundo a pesquisa, a nova bactéria preocupa porque
pertence a uma linhagem molecular que é comumente associada ao ambiente não
hospitalar, designada com o termo “associadas à comunidade” (CA-MRSA, na sigla
em inglês).
De acordo com Flávia, já existe um tratamento para
eliminá-la, mas é um antibiótico mais caro em comparação ao uso da vancomicina.
No entanto, segundo ela, é preciso trabalhar mais
com a classe médica para melhorar o diagnóstico dessa enfermidade. “É
necessário realizar culturas em laboratório antes de pensar em apenas
prescrever qualquer medicamento”, disse a médica ao G1.
Pesquisadores envolvidos com o estudo afirmam
também que apesar de um caso ter sido detectado, é preciso aumentar a
vigilância para possíveis novas ocorrências na América do Sul e no restante do
mundo.
G1.com
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