O Ministério da
Saúde do Brasil investiga se um africano que estava em Cascavel (PR) pode ser o
primeiro caso de importação de ebola registrado no país. A doença, causada por
um vírus, já afetou mais de 8 mil pessoas e matou ao menos 4 mil delas, segundo
balanço de 5 de outubro divulgado pela Organização Mundial da Saúde, agência
das Nações Unidas.
Inicialmente, o
ebola atingiu seu ápice no continente africano, que enfrenta um surto sem
precedentes em relação ao número de pessoas infectadas, de mortos e extensão
geográfica. Guiné, Libéria, Nigéria, Senegal e Serra Leoa tiveram ocorrências.
Nos últimos dias,
o vírus também foi detectado nos Estados Unidos e na Espanha, país que
registrou o primeiro caso de contaminação autóctone fora da África.
Causador da febre
hemorrágica, o vírus é um dos mais mortais que existem. Ele mata até 90% dos
infectados e ainda não há vacina disponível para uso na população.
Ele foi registrado
nos primeiros seres humanos em 1976, em Yambuku, uma aldeia na República
Democrática do Congo, às margens do Rio Ebola. Desde então, mais de 20 surtos
da doença ocorreram em países da África Central e Ocidental.
SAIBA UM POUCO MAIS!
O Brasil já confirmou se há alguém com ebola no país?
Não. O Ministério
da Saúde divulgou que um homem de 47 anos, da Guiné, país que é um dos mais
afetados pelo ebola, se apresentou em um hospital de Cascavel (PR). Ele alegou
ter retornado da África em 19 de setembro e, entre esta quarta-feira (8) e
quinta-feira (9), passou a sentir febre. Segundo a pasta, o paciente estaria no
21º dia da possível infecção, prazo máximo para a incubação do vírus. Por isso,
todos os protocolos internacionais foram efetuados para evitar uma
proliferação, caso seja confirmada a enfermidade. Ele foi levado ao Rio de
Janeiro e encaminhado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência em doenças infecciosas.
O que é o
ebola? Quais são os sintomas?
O ebola é uma
doença grave causada por vírus. Ela é muitas vezes caracterizada pelo início
súbito de febre, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de
garganta. Depois vêm vômitos, diarreia, funções hepática e renal deficientes,
erupções cutâneas, e, em alguns casos, sangramentos internos e externos, com
interrupção do funcionamento dos órgãos.
Como é
feito o diagnóstico?
Exames de
laboratório que indicam a possibilidade de o paciente estar infectado incluem
baixa de glóbulos brancos e de plaquetas e aumento das enzimas hepáticas. O
teste definitivo para diagnosticar o ebola é chamado PCR. No Brasil, o
Instituto Evandro Chagas, em Belém, é o único habilitado para receber as
amostras de sangue dos pacientes e inativar o vírus. O período de incubação do
vírus pode durar de dois dias a três semanas.
Como é o
tratamento?
Não há
medicamentos ou terapias específicas contra o ebola já aprovadas. Os pacientes
recebem cuidados gerais para aliviar sintomas, como medicamento contra febre,
hidratação e alimentação contínua. Há algumas terapias experimentais como a
transfusão de sangue de pacientes que se curaram do ebola e drogas
experimentais como ZMapp, TKM-Ebola, Brincidofovir e BCX4430, que ainda não
passaram por todas as fases de pesquisa necessárias para aprovação
Como o vírus
se espalha?
O ebola passa de
uma pessoa para outra por contato direto com sangue contaminado, fluidos
corporais ou órgãos, ou indiretamente, por meio do contato com ambientes
contaminados. Os funerais daqueles que tinham a doença podem ser um risco, se
as pessoas presentes têm contato direto com o corpo.
Seres humanos
também podem pegar o vírus por meio do contato próximo com animais infectados,
incluindo chimpanzés, gorilas, antílopes e morcegos que se alimentam de frutas.
Os morcegos da família Pteropodidae são considerados os hospedeiros naturais da
doença.
Onde ocorre
a epidemia atualmente?
Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), o maior número de casos foi registrado na Libéria,
seguido de Serra Leoa e Guiné. Nesses três países, o número de contaminados e
mortos tem aumentado a cada novo balanço divulgado pela agência da ONU. Senegal
e Nigéria também registraram ocorrências, mas, aparentemente, o surto foi
controlado.
Os Estados Unidos
acenderam o alerta ao registrar o primeiro caso importado da doença. Thomas
Eric Duncan, da Libéria, visitava sua noiva no Estado do Texas quando sentiu os
sintomas da doença. Ele morreu em um hospital de Dallas na quarta-feira. O país
investiga possíveis casos suspeitos.
A Espanha
registrou o primeiro caso de contágio do ebola fora da África. Uma enfermeira
foi contaminada ao cuidar de dois missionários, também espanhóis, que
contraíram a doença em Serra Leoa. Eles acabaram morrendo. A mulher está
internada em estado grave.
Segundo Luis Gomes
Sambo, diretor regional da OMS para a África, “o atual surto tem o potencial de
se espalhar para fora dos países afetados e além da região se medidas urgentes
e relevantes de contenção não forem postas em prática”, acrescentou.
A doença
pode ser levada de avião a outros países, espalhando a epidemia?
É possível que uma pessoa com ebola viaje de avião, mesmo a lugares distantes, já que a doença pode levar três semanas para se manifestar. No entanto, o professor William Shaffner, da Universidade Vanderbilt, nos EUA, em entrevista ao site americano LiveScience, apontou que não é muito provável que essa doença se espalhe da forma como tem ocorrido nos países africanos se os serviços de saúde agirem de forma a isolar as pessoas contaminadas.
É possível que uma pessoa com ebola viaje de avião, mesmo a lugares distantes, já que a doença pode levar três semanas para se manifestar. No entanto, o professor William Shaffner, da Universidade Vanderbilt, nos EUA, em entrevista ao site americano LiveScience, apontou que não é muito provável que essa doença se espalhe da forma como tem ocorrido nos países africanos se os serviços de saúde agirem de forma a isolar as pessoas contaminadas.
“Os serviços
médicos ocidentais provavelmente lidariam relativamente bem em ‘capturar’ o
ebola quando ele chegasse, porque estaríamos cientes de que as pessoas vieram
de áreas afetadas”. Ele destaca que para ser contaminado é preciso ter contato
próximo com uma pessoa doente, com troca de fluidos corporais. “Estar com a
mesma pessoa num só ambiente, por si só, não é perigoso”.
Há
necessidade de fechar fronteiras e restringir voos por causa da epidemia?
A OMS, por enquanto, não recomenda restrições de viagens ou fechamento de fronteiras devido ao surto de ebola. Mesmo assim, a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, anunciou no dia 27 de julho o fechamento da maior parte das fronteiras terrestres do país, depois que o vírus se espalhou para duas das maiores cidades do oeste da África. As companhias aéreas British Airways e Emirates suspenderam seus voos para países da África Ocidental. A partir deste sábado, os Estados Unidos, passarão a introduzir os testes de detecção de ebola nos aeroportos. A medida inicia em Nova York. Nos outros locais, são esperados para a próxima semana.
A OMS, por enquanto, não recomenda restrições de viagens ou fechamento de fronteiras devido ao surto de ebola. Mesmo assim, a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, anunciou no dia 27 de julho o fechamento da maior parte das fronteiras terrestres do país, depois que o vírus se espalhou para duas das maiores cidades do oeste da África. As companhias aéreas British Airways e Emirates suspenderam seus voos para países da África Ocidental. A partir deste sábado, os Estados Unidos, passarão a introduzir os testes de detecção de ebola nos aeroportos. A medida inicia em Nova York. Nos outros locais, são esperados para a próxima semana.
Por que nos
países afetados a doença está se espalhando dessa maneira?
Um problema grave que fomenta a epidemia atualmente é que naquela região há hábitos tradicionais como lavar os cadáveres antes do funeral, o que gera um contato capaz de transmitir o ebola. A OMS já disse publicamente que essas práticas culturais “contribuem fortemente” para a epidemia. Além disso, há muito movimento de pessoas através das fronteiras de Guiné, Libéria e Serra Leoa, o que possibilitou à epidemia se tornar internacional.
Um problema grave que fomenta a epidemia atualmente é que naquela região há hábitos tradicionais como lavar os cadáveres antes do funeral, o que gera um contato capaz de transmitir o ebola. A OMS já disse publicamente que essas práticas culturais “contribuem fortemente” para a epidemia. Além disso, há muito movimento de pessoas através das fronteiras de Guiné, Libéria e Serra Leoa, o que possibilitou à epidemia se tornar internacional.
G1.com
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