Integrantes de movimentos sociais e sindicalistas
invadiram na manhã desta sexta o Legislativo paraibano durante evento que
contava com a participação do presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na
confusão, os manifestantes entraram em confronto com os seguranças do
Legislativo para ter acesso às três galerias do plenário, onde promoveram um “apitaço”
e vaiaram os políticos.
Por conta da confusão, Cunha acabou não discursando
na tribuna Assembleia da Paraíba. Ele também antecipou sua saída do parlamento,
deixando o prédio por volta das 11h, antes da entrevista coletiva que estava
programada para as 11h20.
As dezenas de pessoas que participaram da
manifestação gritavam “Fora Cunha” e exibiam cartazes com a mesma mensagem.
Parte dos manifestantes usava camisetas do movimento LGBT, da Central Única dos
Trabalhadores (CUT), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de
partidos políticos.
Contrários ao fato de Eduardo Cunha, que é
evangélico, já ter se posicionado contra a criminalização da homofobia, o grupo
protestava contra o preconceito em relação aos homossexuais.
Eles também pediam o veto da presidente Dilma
Rousseff ao projeto de lei que regulamenta a terceirização no país. O texto-base
da proposta que permitirá a terceirização de qualquer serviço e atividade foi
aprovado na última quarta (8) pela Câmara, mas os deputados ainda precisam
analisar destaques ao projeto (propostas de modificações ao texto original)
antes de a votação ser concluída.
Os gritos de protesto foram ouvidos no plenário
durante o discurso do deputado federal paraibano Hugo Motta (PMDB), que é
presidente da CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados. “Os senhores não
representam a maioria do povo brasileiro”, rebateu o deputado do PMDB, após
ouvir vaias e apitos.
Até então, Cunha não havia discursado. O presidente
da Câmara acompanhou a manifestação em silêncio no plenário da Assembleia.
Diante do tumulto, a sessão foi interrompida para que os dirigentes do
Legislativo negociassem a retirada dos manifestantes das galerias.
Depois que a sessão foi reiniciada, os protestos
tiveram continuidade no parlamento. Em seu discurso, o deputado Hugo Motta
defendeu que a sessão da Câmara Itinerante fosse mantida, apesar das
manifestações. “Eu me sinto, acima de tudo, na parcela da grande maioria dos
paraibanos, que querem uma Paraíba e um Brasil mais justos”, declarou o
parlamentar.
No mezanino do plenário, os manifestantes fizeram
barulho com apitos e gritaram palavras de ordem para tentar interromper a
sessão. Parte do grupo forçou os vidros das galerias, o que acabou provocando
nova confusão com os seguranças que tentaram alertá-los sobre o risco de
acidentes.
Os seguranças advertiram que, se o vidro fosse
quebrado, pessoas poderiam cair no plenário, que fica abaixo das galerias. No
entanto, os manifestantes expulsaram os profissionais responsáveis pela
proteção do Legislativo. Logo após os seguranças deixarem o local, os manifestantes
pararam de bater no vidro.
O grupo, entretanto, colocou cartazes e pintou o
vidro da galeria com frases como “PM para Cunha” e “Não à homofobia”. A entrada
ao plenário foi interditada em meio à sessão.
Da tribuna, o deputado estadual Gervásio Maia
(PMDB) criticou os manifestantes. “Eu quero dizer, e me escute quem quiser, mas
não vim aqui para badernar, para quebrar vidros. Isso não é manifestação, é
baixaria, e com baixaria não se discute democracia”, enfatizou.
Do lado de fora do prédio do Legislativo,
manifestantes da CUT protestavam em um carro de som. Os sindicalistas
reivindicavam que Cunha fosse embora da Paraíba porque é “persona non grata”.
A audiência pública desta sexta-feira, na Paraíba,
faz parte do programa “Câmara Itinerante”, que pretende levar a Câmara dos
Deputados até as assembleias legislativas de diferentes regiões do país.
Em mensagens publicadas em sua conta pessoal no
microblog Twitter, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), classificou de “lamentável” a violência registrada nesta sexta-feira
(10) durante visita do peemedebista à Assembleia Legislativa da Paraíba, em
João Pessoa.
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Bjussss Rosélia Santos.