O sarampo é uma doença infecciosa aguda, virótica, transmissível e extremamente contagiosa. Sua transmissão se dá através de secreção nasofaríngea como gotículas infectadas, tosse e espirro.
A forma mais grave dessa patologia é a hemorrágica, caracterizada por febre alta, convulsão e delírio, podendo o paciente até chegar ao coma.
É importante ressaltar que existe também o sarampo atípico, que acontece em pessoas que haviam recebido a vacina vários anos antes, e posteriormente são infectadas por vírus selvagem.
Em seu quadro etiológico, verifica-se que a viremia decorrente da infecção provoca uma vasculite generalizada (inflamação de vasos sanguíneos), que é responsável pelo por várias manifestações clínicas.
A evolução clínica do sarampo apresenta-se da seguinte forma:
I - Período catarral (ou prodrômico) - Esse período dura 6 dias. No início da doença, vem a febre, acompanhada de tosse produtiva cada vez mais intensa, lacrimejamento, coriza, fotofobia (sensação de sensibilidade a qualquer tipo de luz), dores à palpação do abdome, estomatite, laringite, diarréia, as vezes acompanhada de muco e sangue. Nas 24 horas deste período aparece, na altura dos pré-molares, o sinal de Koplik, que são manchas pequenas e brancas, que desaparecem até 48 h após o início da erupção e são consideradas sinal do sarampo;
II - Período exantemático – Todos os sintomas citados torna-se mais acentuados com prostração do paciente e o aparecimento do exantema maculopapular, que é a vermelhidão na pele e de pontos parecidos com picada de mosquito, meio endurecidos, de cor avermelhada, com distribuição em sentido céfalo-caudal (em direção aos pés), que surgem na região retro-articular (atrás da orelha) e face. Dois a três dias depois, estendem-se ao tronco e membros superiores, e, depois, aos membros inferiores. As regiões palmares e plantares (mãos e pés) podem ser poupadas. Esses fatores persistem por 5-6 dias;
III - Período de convalescença ou de descamação furfurácea – Neste período as manchas começam a ficarem escurecidas, dando início a uma descamação fina, que lembra farinha.
O período de incubação do sarampo é de 10 a 12 dias, com pouco ou nenhum sinal ou sintoma até o aparecimento da febre e cerca de 14 dias até o início do exantema.
Essa patologia é transmissível no período de 4 a 6 dias antes do aparecimento do exantema e até 4 dias após. O período maior de transmissão é de dois dias antes e dois dias após o início do exantema.
O diagnóstico do sarampo pode ser clínico, laboratorial e epidemiológico, confirmando assim o vírus pelo esfregaço da garganta. O laboratorial pode ser feito pelos métodos:
a) Elisa (Sorologia: IgM específico).
b) Cultura de células: isolamento do vírus, a partir de secreção nasofaríngea e urina, até o 7º dia do início do exantema.
O tratamento é sintomático, isto é, aquele no qual se utilizam medicamentos que aliviam apenas os sintomas. Assim, são utilizados antitérmicos, hidratação oral, terapia nutricional, higiene adequada dos olhos, pele, vias aéreas superiores e repouso no leito.
Por outro lado, as complicações bacterianas surgidas durante o sarampo, podem ser: rinite, estomatite, otite, pneumonia, encefalomielite, laringite, traqueíte, bronquite, convulsão, panencefalite e dependendo do caso, também pode surgir a reativação de focos de tuberculose, que são tratadas com antibióticos adequados para o quadro clínico.
Em indivíduos com carência de vitamina A comprovada, desnutrição, imunodeficiências e problemas de absorção intestinais, os médicos recomendam o uso de uma dose elevada e única de vitamina A.
O sarampo é uma doença universal. No Brasil, todos os últimos casos confirmados do sarampo, foram importados da Ásia e da Europa. Contudo, como a homogeneidade da cobertura vacinal de rotina encontra-se em níveis abaixo do necessário para uma adequada imunidade de grupo, e, como o vírus continua circulando por vários países mundo afora, há o risco de recirculação deste vírus no Brasil.
Por essa razão, todo individuo que, independentemente da idade, se é vacinado ou não, apresentar febre e exantema maculopapular, acompanhados de um ou mais dos sinais e sintomas já citado acima, que tenha história de viagem para fora do país nos últimos 30 dias ou que tenha história de contato com alguém que viajou para fora do país, no mesmo período, deve ser acompanhado pela Vigilância Epidemiológica de sua cidade.
Confirmado o sarampo através dos exames (também já citados) e analisados conjuntamente pela secretaria estadual de saúde e pela Secretaria de Vigilância em Saúde, só o médico poderá prescrever medicações e cuidados necessários a cada paciente. Portanto, nada de se automedicar.
Todos os países das Américas vêm desenvolvendo ações visando erradicar de vez esta virose. Uma das principais medidas adotadas nos países americanos é a vacinação, que constitui na única forma de prevenir o sarampo na população, sendo a principal medida para manter o controle do vírus.
Essa ação deve ser realizada, de forma oportuna e seletiva para todos os contatos do caso, abrangendo as pessoas do mesmo domicílio, vizinhos, creches, salas de aula, alojamentos, sala de trabalho etc., a partir da notificação de casos suspeitos ou de surtos, envolvendo o grupo de seis meses a 39 anos de idade.
O adiamento da vacina é indicado quando o individuo relata tratamento com imunodepressores (corticoterapia, quimioterapia, radioterapia, etc.). assim, primeiro se suspende o tratamento por três meses para que o indivíduo possa ser vacinado. Caso contrário, o uso da vacina não terá resposta imunológica.
A importância de informar ao órgão competente, ou seja, a Secretária de Saúde ou ao Setor de Doenças Epidemiológicas de sua cidade é que será realizado um tipo de limpeza ampliada da área, incluindo toda a vizinhança, bairro ou até o município, conforme a avaliação realizada. Assim, será bom para todo mundo, inclusive para você.
O paciente com sarampo deverá ficar isolado tanto no hospital como em sua própria casa, dependendo do caso. Esta medida diminui o risco de transmissão do vírus. Deve-se também evitar a freqüência a escolas ou creches, agrupamentos, ou qualquer contato com pessoas suscetíveis, até 4 dias após o início do período exantemático.
Leia mais sobre o assunto, busque mais informações e não esqueça de colaborar com a Secretaria de Saúde de sua cidade. Fazendo isto você não estará somente protegendo sua família, mas, sim, toda a população.
Acredito que cada ser humano deve ter sua participação na luta por um mundo melhor. Abraços
PARA SABER MAIS:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 6 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. (Série B. Textos Básicos de Saúde).
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Bjussss Rosélia Santos.