20 de outubro de 2018

A IMPORTÂNCIA DA CAMINHADA NA LUTA CONTRA O CÂNCER DE MAMA




Segundo uma pesquisa publicada na revista Scientific Reports, do grupo Nature, uma em cada dez mortes por câncer de mama no Brasil poderia ser evitada com a prática regular de atividade física. A pesquisa teve a colaboração do Ministério da Saúde.
“Precisamos mostrar para as mulheres que um período curto de exercícios na rotina já traz muitos benefícios e pode ser encaixado na rotina. A atividade protege não só contra o câncer de mama, mas também outros tipos de tumor, doenças cardiovasculares e diabetes”, diz Fatima Marinho, diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e uma das autoras do artigo.
Um dos fatores que causa o câncer de mama é o excesso de hormônios circulantes no organismo, especialmente o estrogênio.
O exercício físico ajuda a reduzir as concentrações de estrogênio e também de insulina e leptina, que é liberada pelo tecido adiposo e já foi associada ao câncer de mama. O exercício também aumenta a quantidade de substâncias anti-inflamatórias.
Resumindo: o exercício físico modifica a função endócrina e melhora o sistema imune.
Segundo a pesquisa, 2.075 mortes poderiam ter sido evitadas em 2015 se as pacientes tivessem realizado ao menos uma caminhada de 30 minutos por dia, cinco vezes por semana.
A atividade, aliás, não só ajuda a evitar o câncer de mama, mas, quando feita durante o tratamento, melhora o prognóstico das pacientes com a doença.
Além da inatividade física, outros fatores têm impacto sobre as mortes por câncer de mama: 6,5% delas são atribuídas ao uso de álcool, a um alto IMC (índice alto de massa corporal) e a uma dieta rica em açúcar.
Sozinho, o sedentarismo é responsável por 12% delas e é o principal fator de risco.
Para Marinho, o estudo lembra que a doença está muito ligada a um estilo de vida pouco saudável e menos à pobreza.
“Tanto que estados ricos, como Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul têm maiores taxas da doença. Os hábitos de grandes cidades nos transformaram em seres sedentários.”

Fonte: paraibaonline

12 de outubro de 2018

CÂNCER DE PÊNIS

Na postagem “ESPAÇO ÚNICO - NA LUTA CONTRA O CÂNCER”, postei algumas fotos de casos de câncer. Uma, em particular, causou impacto nas pessoas que acessaram o blog. E, além dos comentários, recebi alguns emails pedindo mais informações. Por isso, resolvi pesquisar e falar um pouco mais sobre o CÂNCER DE PÊNIS.

O grande surgimento desse tipo de câncer vem despertando o interesse de estudiosos e de médicos no mundo todo.
O câncer de pênis é uma neoplasia bastante rara. Sua incidência é maior em indivíduos a partir dos 50 anos de idade. Contudo, o câncer pode ser encontrado também em indivíduos com menos de 50 anos.
Estudos revelam que o câncer de pênis tem relação direta com os hábitos de higiene e o comportamento sexual de risco. Isto é, indivíduos que costumam manter relações sexuais com várias parceiras sem a devida proteção ou ainda, uma predisposição genética para desenvolvimento do câncer. O tabagismo também contribui neste tipo de neoplasia. Há também relação de câncer de pênis com a fimose (a glande). Isto é, a cabeça do pênis não é exposta, pois, está coberta pelo prepúcio, estando ele ereto ou flácido dificultando assim, a higiene íntima local. 
Alguns homens são circuncisados na infância ou mesmo na adolescência, isso não quer dizer, que eles estão livres de câncer no pênis. Pois, pode ocorrer a penetração do vírus do HPV (Papiloma Vírus Humano) facilmente pela linha da cicatriz ao redor da glande. As DSTs de uma forma geral, têm sua parcela de contribuição no câncer de pênis.
O correto mesmo é ter cuidado com a higiene. Bons hábitos reduzirão e muito a chance desta neoplasia se desenvolver.
O ESMEGMA (aquela sujeira de cor esbranquiçada que se forma ao redor da glande), precisa ser retirado diariamente. Pois, ele causa uma grande irritação tanto no homem como também em sua parceira.
Quanto às vítimas desse tipo de câncer, não existe um número oficial no Brasil. Porém, de acordo com o levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia, estima-se que mais de 3.000 homens sofram da doença. Desta forma, nosso país, infelizmente, está entre os países com maior incidência de câncer de pênis. E, segundo informações do Banco de dados do Sistema Único de Saúde, cerca de 1.000 homens ao ano, tiveram o pênis totalmente ou parcialmente amputado. Esses dados são da rede pública.
Na região Norte e Nordeste, os casos são maiores que na região Sul e Sudeste. Nas regiões onde a incidência é maior, como é o caso das regiões Norte e nordeste, o tumor supera os casos do câncer de próstata e de bexiga.
Um dos principais sintomas do câncer de pênis é uma ferida na ponta do pênis. Geralmente, esta ferida é muito pouco dolorosa e mais exuberante do que as feridas causadas por DSTs. E sua cicatrização não acontece totalmente.
Homens de todas as idades devem ficar atentos. Sempre se autoexaminar, e, encontrando qualquer anormalidade como tumoração na glande, no corpo do pênis ou no prepúcio (sendo dolorosa ou não), gânglios inguinais (ínguas na virilha), perda de pigmentação ou manchas, feridas e caroços que não desaparecem mesmo sendo tratados, secreção e mau cheiro, qualquer tipo de inflamação, coceira, é de extrema necessidade consultar um especialista.
O diagnóstico é obtido somente através de exame médico, sendo confirmado por uma biópsia. Está biópsia, consiste na retirada de uma amostra do tecido afetado e analisada em laboratório especializado.
Como a maioria dos cânceres, diagnosticado no início, o câncer de pênis tem chance de cura. O problema, é que, a maioria dos homens, só procura o médico com mais de um ano depois do surgimento dos sintomas.
A extensão local e o comprometimento dos gânglios inguinais é que vão determinar o tratamento. Quimioterapia, radioterapia e cirurgia são os indicados.
O diagnóstico feito o mais cedo possível é fundamental para evitar o crescimento da doença e a amputação do membro. Dependendo do caso, há a possibilidade de reconstrução do pênis como acontece no caso de câncer de mamas. Porém, a finalidade desta reconstrução é apenas estética.
Não esqueça ‘o diagnostico precoce é fundamental.
HOMENS! ESQUEÇAM O MEDO, A VERGONHA E O PRECONCEITO.  CUIDEM-SE!

CÂNCER DE MAMA NO HOMEM

Quando se ouve falar em câncer de mama, a primeira coisa que vem a cabeça e que isso só ocorre com as mulheres. Puro engano. Estudos mostram que a incidência de 30% de casos desta doença acomete os homens.


Vou primeiro definir o que é Câncer. Depois, falarei um pouco das mamas. Assim, você não terá dificuldades para entender o assunto.
As células do nosso corpo estão em constante multiplicação e se dividindo num processo chamado mitose, que ocorre de forma ordenada. Por fatores ainda desconhecidos, tais células começam a se reproduzirem de forma desordenada, formando massas celulares que são denominadas neoplasias ou tumores.
Tais tumores podem ser benignos ou malignos. E, geralmente, são identificados através da palpação periódica, auto-exame ou exame clínico realizado pelo médico. O exame médico é importante para identificar se o tumor é maligno ou benigno. Só o tumor maligno denomina-se câncer.
O termo câncer descreve uma classe de doenças caracterizadas pelo crescimento descontrolado de células aberrantes. O câncer mata pela invasão destrutiva de órgãos normais, migrando para pontos distantes através do sangue, da linfa ou das superfícies serosas. Todos os cânceres invadem ou metastatizam, ou seja, vão formando novas lesões tumorais pelo corpo.
As mamas são glândulas especializadas que tem como principal função a lactação e estão localizadas na parede anterior do tórax. O desenvolvimento da mama, tanto no sexo feminino como no masculino ocorre ainda no útero. Durante a infância e pré-adolescência, a mama masculina e feminina são iguais, e crescem proporcional à medida que o corpo cresce.
A glândula mamária masculina tem o seu crescimento inibido pela presença do testosterona. Apesar da inibição do crescimento e mesmo com menor intensidade, a mama masculina apresenta uma sensibilidade.
Feitos esses esclarecimentos, agora sim podemos falar de câncer de mama (neoplasia maligna), que é originado a partir do crescimento desorganizado de células das glândulas mamarias.
O câncer de mama em homens, quando diagnosticado, causa um impacto muito grande no paciente devido à falta de informação e ao preconceito, tanto por parte da sociedade como também das próprias vitimas, que os tornam mais vulneráveis e, em algumas vezes, vitimas fatais.



O diagnóstico do câncer de mama masculino não tem diferença do feminino. O principal sintoma também é à presença de um nódulo ou endurecimento que, na maioria das vezes, acomete uma das mamas. São raros os casos bilaterais, ou seja, que afetam ambas as mamas. Às vezes, ocorre dor, secreção, retração do mamilo, inchaço na região, vermelhidão da pele da mama ulceração ou sangramento no mamilo, isso em casos mais avançados. O tumor alcança de 2 a 5 centímetros, tem a superfície dura. E, geralmente, é aderido à pele.
Em algumas casos, o câncer de mama no homem pode aparecer como um nódulo atrás da aréola, que não dói, apresentando tamanho variado. Esse nódulo é de característica bem firme e às vezes causa deformidades na região.
A melhor maneira para se detectar o problema é o auto-exame. O procedimento é o mesmo. Isto é, igual ao das mulheres. Depois do auto-exame vem o exame clínico e a mamografia, seguidos de biópsia, pelas técnicas habituais como punção aspirativa com agulha fina, biópsia de fragmento com agulha grossa e excisão cirúrgica do nódulo para a confirmação histológica.
A mamografia é o principal meio de investigação por imagem. Apesar do câncer de mama masculino diferenciar na imagem em relação ao da mulher, apenas na imagem. Em outros aspectos existem grandes semelhanças.
O câncer de mama masculino, embora raro, tem aumentado sua incidência. Por ser diagnosticado de forma tardia em estágios geralmente avançados, o câncer masculino não mostra melhora nos dados de diagnóstico precoce, quando comparado aos casos do câncer de mama feminina.
Por ser uma doença mais comum entre as mulheres, na maioria dos casos masculinos somente é detectada em um estágio avançado, o que dificulta o tratamento. Por isso, os homens não devem ignorar esta doença.
Por causa da escassa quantidade de massa mamária no homem, a malignidade infiltra-se rapidamente pela pele e parede torácica formando metastase. Estudos indicam que a faixa etária de ocorrência da neoplasia, nos homens, varia entre os 13 a 86 anos de idade. No entanto, em muitos pacientes só é diagnosticado após os 60 anos de idade.
Entre as causas principais do câncer mamário no sexo masculino podemos citar as alterações genéticas, hormonais, drogas e efeitos externos. Outro dado que corrobora com a hipótese genética é a presença de casos prévios de câncer na família.
Também são considerados fatores de risco do câncer de mama masculino além dos já citados acima: insuficiência hepática por causas diversas (incluindo alcoolismo e doenças endêmicas), tratamentos hormonais de longa duração, tumores de testículo, traumas de testículos, tumores de próstata, obesidade, assim como a presença de ginecomastia, que é o aumento de mamas nos homens. Esta última, apesar de não ser considerada de forma isolada como fator de risco para o câncer de mama masculino, apresenta associação muito freqüente.
O tratamento clínico para o câncer de mama no homem é semelhante ao tratamento aplicado nas mulheres, no que diz respeito ao estabelecido para a neoplasia de mama feminina, compreendendo, no início, tratamento cirúrgico, seguido ou não de radioterapia, quimioterapia e, principalmente, hormonioterapia. Em casos mais graves, adota-se a mastectomia radical (retirada da mama).
Entretanto, tanto no homem como na mulher, é possível realizar a reconstrução mamária, proporcionando a (o) paciente uma melhor qualidade de vida e menos impacto no aspecto emocional, estético, social e profissional. Na grande maioria dos casos, realiza-se a reconstrução local com técnicas cirúrgicas, que envolvem retalhos e a reconstituição da aréola e papila, procedimento que vai proporcionar ao paciente uma aparência estética satisfatória para a região operada. 
Diante de tudo que foi exposto é preciso ainda ressaltar que hoje a sobrevida do paciente é muito grande. A medicina avançou muito, graças a Deus. Hoje, dispomos de novas técnicas e aparelhos cada vez mais modernos, bem como medicamentos mais eficazes, que aumentam cada vez mais as chances de cura.
A falta de conscientização e preconceito por parte dos homens, fazem com que a importância na detecção do câncer de mama seja considerada a principal causa de morte. É, preciso, pois, mudar essa realidade de modo que permita uma melhoria no diagnóstico precoce, facilitando o tratamento do câncer de mama, melhorando, desta forma, a sobrevida dos homens com câncer de mama.
Apesar dos inúmeros casos registrados no Brasil, nota-se que existe pouca informação sobre o assunto, fato que contribui para que o preconceito seja mantido. E, por isso, muitos homens não procuram o auxílio médico, somente fazendo-o quando a situação já não mais possui volta.
Assim, através de minhas pesquisas, constatei que a falta de conscientização por parte dos homens continua sendo, entre estes, uma das principais causas de ocorrência de óbitos por esta neoplasia.
E, isto demonstra a necessidade de campanhas informativas, voltadas para a conscientização do homem, quanto à gravidade do câncer de mama, que provocava surpresa até mesmo entre os profissionais de saúde.
A prevenção desse tipo de câncer é possível. Acredito que o primeiro passo nesse sentido seja o processo de conscientização da população masculina, quanto ao auto-exame. A referida doença existe em vem aumentando ano após ano, exigindo estratégias eficazes para sua detecção precoce.
Faço desta página um ponto de reflexão, na esperança de que o assunto aqui abordado possa ser objeto de discussão e de roteiro para estudos tão necessários, que o referido problema requer.

PARA SABER MAIS:

LEME, Luis Henrique da Silva; SOUZA, Gustavo Antonio de. Câncer de mama em homens: aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos. Rev. Ciênc. Méd., Campinas, 15(5):391-398, set./out., 2006.

SANTOS, Ivete Souza. Câncer de mama nos homens. São Paulo: Centro Universitário São Camilo, 2007.