28 de novembro de 2011

CÂNCER INFANTIL: FIQUE DE OLHO NOS SEUS FILHOS

Anos atráz quando se falava em câncer, logo se imaginava em adultos. Hoje em dia, o diagnóstico cresce cada vez mais em crianças, adolescentes e jovens.
As causas da doença que parece ser o mal do século são várias, ela é multifatorial, e a cura definitiva ainda não foi descoberta, apesar de que os índices são altos, quase 90% dos casos são sanados. Mas por que o número de pessoas novas com câncer tem crescido? Um dos fatores pode estar relacionado com a alimentação.
Segundo a Dra. Silvia Brandalise, criadora Centro Infantil Boldrini - hospital para crianças cancerosas, no que concerne à alimentação o problema é a contaminação na água, em verduras e frutas. “Os pesticidas e derivados de benzeno utilizados na agricultura, a radiação feita nos grãos para eliminar as bactérias e todos os defensivos agrícolas que deviam ser chamados de veneno podem provocar câncer”, enfatiza.
A contaminação dos alimentos por metais pesados como o mercúrio e a dos lençóis freáticos interferem e muito na saúde. Para tentar amenizar a situação e prevenir contra as doenças, o ideal seria consumir os alimentos orgânicos e de boa procedência, mas nem sempre eles estão acessíveis a toda população.
“Este é um problema de decisão política e fiscalizadora. Dados da Vigilância Sanitária comprovam que os níveis de pesticidas encontrados nos alimentos são excessivos e o Brasil é o maior importador de pesticida do mundo”, declara Dra. Silvia.
O câncer infantil pode ocorrer em qualquer local do organismo. Os tipos mais frequentes na infância são as leucemias, tumores do sistema nervoso central e os linfomas. As crianças também são acometidas pelo tumor de células do sistema nervoso periférico, nos rins, na retina do olho e nos ossos, entre outros.
Geralmente, o câncer nas crianças afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação, enquanto que no adulto afeta as células que recobrem os diferentes órgãos. Já o câncer de mama e o de pulmão são os mais comuns no adulto. Doenças malignas da infância, por serem predominantemente de natureza embrionária, são constituídas de células indiferenciadas, o que favorece, em geral, a resposta ao tratamento.
Como nos adultos, o diagnóstico precoce também ajuda na possível cura do câncer infantil. Por isso, os pais devem estar atentos aos sintomas que podem ser sinais do surgimento de tumores. Nas leucemias, a criança se torna suscetível a infecções, pode ficar pálida, ter sangramentos e sentir dores nos ossos. No câncer de retina, pode acontecer o "reflexo do olho do gato", isto é, a pupila fica branca quando exposta à luz, ou ainda a fotofobia ou estrabismo.
Outro sinal que deve ser reparado é um aumento do volume ou uma massa no abdômen, isto pode ser um tumor renal ou do sistema nervosa. Os tumores sólidos podem ser visíveis ou não e causar dor nos membros, o que também pode ser um problema no osso. O tumor no sistema nervoso central ocasiona dor de cabeça, vômitos, alterações motoras, de comportamento e paralisia dos nervos.


Por: Centro Infantil Boldrini - Saúde em pauta
Publicado em: 23/11/2011
http://semprematerna.uol.com.br/

27 de novembro de 2011

VOCÊ É CARENTE OU CHATO/A ???

Há quem se sinta orgulhoso em declarar: sou carente! Existe uma enorme diferença entre acreditar que você está carente e se perceber como uma pessoa carente. Uma condição é temporária, circunstancial, enquanto que a outra é determinante, parte de sua personalidade.
Então, a partir de hoje, sugiro que você se disponha a no máximo estar e não ser carente. Alguém que está carente está se percebendo sem alguma coisa e sentindo falta disso. Portanto, é absolutamente compreensível quando se usa o termo para expressar vontade de receber carinho, atenção e amor. Inclusive, se a expressão for feita de modo consciente, pode denotar maturidade e autoconhecimento.
Entretanto, é preciso cuidar para não cair na armadilha do excesso. A linha que separa a dose gostosa e saudável da dose perigosa e sufocante é tênue, quase imperceptível, especialmente para quem vive se sentindo assim, carente.
O fato é que excesso de carência costuma se transformar em chatice.
O processo é mais ou menos assim: a pessoa começa a se sentir sem atenção, sem carinho, abandonada, rejeitada e substituída por outras pessoas ou situações. Sem saber como lidar com esses sentimentos, que são dela mesma, culpa o outro. Pronto! A arapuca está armada!
Os próximos passos incluem cobrança, pressão, chantagem emocional, percepção distorcida dos acontecimentos e das atitudes das pessoas, julgamentos parciais, etc. Você começa a colocar-se no papel de vítima da vida, chamando os parceiros de egoístas, insensíveis, e por aí vai...
Convenhamos, essas são atitudes totalmente ineficientes e desastrosas. Só servem para que o carente consiga exata e justamente aquilo que ele mais temia: afastar as pessoas que ele mais ama. Sim, claro, porque quem gosta de ser cobrado, pressionado, julgado e acusado?
Como resolver o problema? Simples, embora nem sempre fácil, mas proponha-se a tentar pelo menos. As chances de dar certo são grandes, posso apostar! Pense comigo: se você quer atrair um peixe para sua vara, o que faz? Vai até a beira do rio e xinga o peixe? Grita com ele dizendo que ele deveria estar ali à margem, para que você pudesse pegá-lo? Joga pedra nele? Acusa-o de insensível por não perceber a sua fome e as suas necessidades? Creio que não!
Você usaria como isca algo de que ele gosta, não é? Parece óbvio? Então, use a mesma técnica para lidar com sua carência. Em primeiro lugar, compreenda que quem está carente é você. A responsabilidade, em princípio, é sua e não do outro. Você pode até solicitar a ajuda dele, de forma inteligente, para aplacar sua necessidade de carinho e atenção, mas o sentimento continua sendo seu!
Por isso, vasculhe dentro de si e procure as iscas que pode usar. Dicas? Que tal se comportar como uma pessoa atraente, interessante e sedutora? Que tal bom humor, compreensão, companheirismo, elogios, um presentinho talvez, mais paciência, mais sex appeal, mais empatia, mais gentileza? Mas tem de ser de verdade e não falso, só para conseguir o que quer. Tem de ser seu, tem de ser você!
Verdade seja dita: essas iscas podem não garantir que seu peixão seja fisgado, mas vai garantir sim que você não se transforme num/a chato/a ambulante! E se não for o peixão, mais cedo ou mais tarde, é bem provável que você termine pescando aquele que você nem imaginava que caberia no seu caminhãozinho.

Dra. Rosana Braga
http://msnencontros.parperfeito.com.br/

AMANHECER

De acordo com o jornal britânico The Guardian, dois casos de convulsão foram registrados em sessões de “Amanhecer” nos Estados Unidos.
O penúltimo capítulo da saga “Crepúsculo” levou multidões aos cinemas na última semana. Como era de se esperar, o filme recebeu duras críticas, mas continua arrebatando os corações dos fãs.  Surpresa mesmo, só os rumores de que a película estaria causando ataques epiléticos em algumas pessoas.
O californiano Brandon Gephart foi levado às pressas para um hospital local depois de passar mal durante a cena em que Bella Swan (Kristen Stewart) dá à luz o filho do vampiro Edward Cullen (Robert Pattinson). “Ele estava bufando, tentando respirar. Fiquei muito assustada”, disse sua namorada. A sessão a que Gephart assistia foi cancelada com a chegada dos paramédicos.
Em Utah, um homem também teve um ataque durante a mesma cena do filme. “Eu realmente não lembro o que aconteceu depois disso. Acho que apaguei. Minha esposa contou que eu tremia e murmurava sons diferentes”, disse o homem, que não forneceu sua identidade por medo de perder o emprego.
Especialistas afirmaram que a cena do parto de Bella é repleta de luzes vermelhas, brancas e pretas, que podem provocar episódios de epilepsia fotossensível. “A luz atinge o cérebro de uma só vez. O problema com os cinemas é que eles são muito escuros e a luz piscando é como uma luz estroboscópica”, disse o Dr. Michael G Chez.

CANCÊR: SAIBA MAIS! INFORME-SE...PREVINA-SE!

Já fiz várias postagens aqui sobre vários tipos de câncer, porém, hoje 27 de novembro é considerado o DIA NACIONAL DE COMBATE AO CÂNCER. O Espaço Único sente-se na obrigação de falar mais uma vez no assunto. E, posta para vocês algumas informações sobre o tema. Afinal, informação nunca é demais para quem tem sede do saber.

O QUE É CÂNCER?
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando inter-relacionadas. As causas externas referem-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de uma sociedade. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, e estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Os tumores podem ter início em diferentes tipos de células. Quando começam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são denominados carcinomas. Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, são chamados sarcomas.

TIPOS DE CÂNCER

ANAL
São tumores que ocorrem no canal e bordas externas do ânus. Os tumores no canal do ânus são mais frequentes entre as mulheres. Os que surgem nas bordas do ânus são mais comuns no homem. Os tumores malignos surgem em tipos diferentes de tecidos, sendo o carcinoma epidermoide responsável por 85% dos casos. O câncer anal é raro e representa de 1 a 2% de todos os tumores do cólon e de 2 a 4% de todos os tipos de câncer que acometem o intestino grosso

BEXIGA
Há três tipos de câncer que começam nas células que revestem a bexiga. A classificação se dá de acordo com as células que sofrem a alteração maligna:
Carcinoma de células de transição: representa a maioria dos casos e começa nas células do tecido mais interno da bexiga.
Carcinoma de células escamosas: afetam as células delgadas e planas que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas.
Adenocarcinoma: se inicia nas células glandulares (de secreção)  que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.
Quando o câncer se limita ao tecido de revestimento da bexiga, é chamado de superficial. O câncer que começa nas células de transição pode se disseminar através do revestimento da bexiga, invadir a parede muscular e disseminar-se até os órgãos próximos ou gânglios linfáticos, transformando-se num câncer invasivo.
 
BOCA
É o câncer que afeta lábios e o interior da cavidade oral. Dentro da boca devem ser observados gengivas, mucosa jugal (bochechas) palato duro (céu da boca), língua (principalmente as bordas), assoalho (região embaixo da língua) e amígdalas. O câncer do lábio é mais comum em pessoas brancas e ocorre mais frequentemente no lábio inferior.

COLORRETAL
O câncer colorretal abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável, quando detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores seria a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos.

COLO DO ÚTERO
O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, demora muitos anos para se desenvolver. As alterações das células que podem desencadear o câncer são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), por isso é importante a sua realização periódica. A principal alteração que pode levar a esse tipo de câncer é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, com alguns subtipos de alto risco e relacionados a tumores malignos.
É o segundo tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Por ano, faz 4.800 vítimas fatais e apresenta 18.430 novos casos. Prova de que o país avançou na sua capacidade de realizar diagnóstico precoce é que na década de 1990, 70% dos casos diagnosticados eram da doença invasiva. Ou seja: o estágio mais agressivo da doença. Atualmente 44% dos casos são de lesão precursora do câncer, chamada in situ. Esse tipo de lesão é localizada. Mulheres diagnosticadas precocemente, se tratadas adequadamente, têm praticamente 100% de chance de cura. 

ESÔFAGO
No Brasil, o câncer de esôfago (tubo que liga a garganta ao estômago) figura entre os dez mais incidentes (6º entre os homens e 9º entre as mulheres). O tipo de câncer de esôfago mais frequente é o carcinoma epidermoide escamoso, responsável por 96% dos casos. Outro tipo, o adenocarcinoma, vem aumentando significativamente.

ESTÔMAGO
Também denominado câncer gástrico, os tumores do estômago se apresentam, predominantemente, na forma de três tipos histológicos: adenocarcinoma (responsável por 95% dos tumores), linfoma, diagnosticado em cerca de 3% dos casos, e leiomiossarcoma, iniciado em tecidos que dão origem aos músculos e aos ossos.
O pico de incidência se dá em sua maioria em homens, por volta dos 70 anos. Cerca de 65% dos pacientes diagnosticados com câncer de estômago têm mais de 50 anos. No Brasil, esses tumores aparecem em terceiro lugar na incidência entre homens e em quinto, entre as mulheres. No resto do mundo, dados estatísticos revelam declínio da incidência, especificamente nos Estados Unidos, Inglaterra e outros países mais desenvolvidos.
A alta mortalidade é registrada atualmente na América Latina, principalmente na Costa Rica, Chile e Colômbia. Porém, o maior número de casos ocorre no Japão, onde são encontrados 780 doentes por 100.000 habitantes.

FÍGADO
Os tumores malignos de fígado podem ser divididos em dois tipos: câncer primário (que tem sua origem no próprio órgão) e secundário ou metastático (originado em outro órgão e que atinge também o fígado).
Dentre os tumores originados no fígado, o mais frequente é o hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular. Agressivo, ocorre em mais de 80% dos casos. Outros tipos de câncer primário de fígado são o colangiocarcinoma (originado nos dutos biliares do fígado), o angiossarcoma (câncer raro que se origina nos vasos sanguíneos do órgão) e o hepatoblastoma, tumor maligno raro que atinge recém-nascidos e crianças nos primeiros anos de vida.

INFANTIL
O câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afeta os glóbulos brancos), os do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático).
Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).
Assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, para todas as regiões.
Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 70% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.

LARINGE
O câncer de laringe ocorre predominantemente em homens e é um dos mais comuns entre os que atingem a região da cabeça e pescoço. Representa cerca de 25% dos tumores malignos que acometem essa área e 2% de todas as doenças malignas. A ocorrência pode se dar em uma das três porções em que se divide o órgão: laringe supraglótica, glote e subglote. Aproximadamente 2/3 dos tumores surgem na corda vocal verdadeira, localizada na glote, e 1/3 acomete a laringe supraglótica (acima das cordas vocais). O tipo histológico mais prevalente, em mais de 90% dos pacientes, é o carcinoma epidermoide.
 
LEUCEMIA
A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos), geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. A medula é o local de formação das células sanguíneas e ocupa a cavidade dos ossos, sendo popularmente conhecida por tutano. Nela são encontradas as células que dão origem aos glóbulos brancos, aos glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e às plaquetas.

LINFOMA DE HODGKIN
Conhecida também como doença de Hodgkin, essa forma de câncer se origina nos linfonodos (gânglios) do sistema linfático, que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que as conduzem pelo corpo. Pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas a maior incidência do linfoma é em adultos jovens, entre 25 e 30 anos. A doença surge quando um linfócito (tipo de glóbulo branco) se transforma em célula maligna, capaz de crescer descontroladamente e disseminar-se. A célula maligna começa a produzir nos linfonodos cópias idênticas (também chamadas de clones). Com o passar do tempo, há risco de essas células malignas se disseminarem para tecidos vizinhos e, se não houver tratamento, atingir outras partes do corpo. Nos últimos 50 anos, o número de casos permaneceu estável, enquanto a mortalidade foi reduzida em mais de 60% desde o início dos anos 70 devido aos avanços no tratamento. A maioria dos pacientes com linfoma de Hodgkin pode ser curada com tratamento adequado.

LINFOMA NÃO-HODGKIN
Os linfomas são neoplasias malignas, originárias dos gânglios (ou linfonodos), organismos muito importantes no combate a infecções. Há mais de 20 tipos diferentes de linfoma não-Hodgkin. Entre os linfomas, é o tipo mais incidente na infância. Por razões ainda desconhecidas, o número de casos duplicou nos últimos 25 anos, principalmente entre pessoas com mais de 60 anos.

MAMA

Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom.
No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. Estatísticas indicam aumento de sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes

OVÁRIO
Pouco frequente, o câncer de ovário é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o de menor chance de cura. Cerca de 3/4 dos cânceres desse órgão apresentam-se em estágio avançado no momento do diagnóstico. A maioria dos tumores de ovário são carcinomas epiteliais (câncer que se inicia nas células da superfície do órgão), o mais comum, ou tumor maligno de células germinativas (que dão origem aos espermatozóides e aos ovócitos - chamados erroneamente de óvulos.

PÂNCREAS
Os tumores de pâncreas mais comuns são do tipo adenocarcinoma (que se origina no tecido glandular), correspondendo a 90% dos casos diagnosticados. A maioria dos casos afeta o lado direito do órgão (a cabeça). As outras partes do pâncreas são corpo (centro) e cauda (lado esquerdo).
Pelo fato de ser de difícil detecção, o câncer de pâncreas apresenta alta taxa de mortalidade, por conta do diagnóstico tardio e de seu comportamento agressivo. No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes por essa doença.
Raro antes dos 30 anos, torna-se mais comum a partir dos 60 anos. Segundo a União Internacional Contra o Câncer (UICC), os casos da doença aumentam com o avanço da idade: de 10/100.000 habitantes entre 40 e 50 anos para 116/100.000 habitantes entre 80 e 85 anos. A incidência é mais significativa em homens.

PELE MELANOMA
O melanoma cutâneo é um tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e tem predominância em adultos brancos. Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e corresponda a 25% de todos os tumores malignos registrados no país, o melanoma representa apenas 4% das neoplasias malignas do órgão, apesar de ser o mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase.
O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom, se detectado nos estádios iniciais. Nos últimos anos, houve uma grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce do tumor.

PELE NÃO MELANOMA
É o câncer mais frequente no Brasil e corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no país. Apresenta altos percentuais de cura, se for detectado precocemente. Entre os tumores de pele, o tipo não-melanoma é o de maior incidência e mais baixa mortalidade.
O câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas anteriores. Pessoas de pele clara, sensível à ação dos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias são as principais vítimas.
Como a pele - maior órgão do corpo humano - é heterogênea, o câncer de pele não-melanoma pode apresentar tumores de diferentes linhagens. Os mais frequentes são carcinoma basocelular, responsável por 70% dos diagnósticos, e o carcinoma epidermoide, representando 25% dos casos. O carcinoma basocelular, apesar de mais incidente, é também o menos agressivo.

PÊNIS
O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. Está relacionadoàs baixas condições socioeconômicas e de instrução, à má higiene íntima e a homens que não se submeteram à circuncisão (remoção do prepúcio, pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis). O estreitamento do prepúcio é um fator de predisposição ao câncer peniano. Estudos científicos também sugerem a associação entre infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano) e o câncer de pênis.
No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.

PRÓSTATA
 A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão muito pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozóides, liberado durante o ato sexual.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.
Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.
Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A grande maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³ ) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.

PULMÃO
É o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando aumento de 2% por ano na sua incidência mundial. Em 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco. No Brasil, foi responsável por 20.622 mortes em 2008, sendo o tipo que mais fez vítimas. Altamente letal, a sobrevida média cumulativa total em cinco anos varia entre 13 e 21% em países desenvolvidos e entre 7 e 10% nos países em desenvolvimento. No fim do século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis.
Evidências na literatura mostram que pessoas que têm câncer de pulmão apresentam risco aumentado para o aparecimento de outros cânceres de pulmão e que irmãos, irmãs e filhos de pessoas que tiveram câncer de pulmão apresentam risco levemente aumentado para o desenvolvimento desse câncer. Entretanto, é difícil estabelecer o quanto desse maior risco decorre de fatores hereditários e o quanto é por conta do hábito de fumar.

TESTÍCULO
O tumor de testículo corresponde a 5% do total de casos de câncer entre os homens. É facilmente curado quando detectado precocemente e apresenta baixo índice de mortalidade.
Apesar de raro, preocupa porque a maior incidência é em homens em idade produtiva - entre 15 e 50 anos. Nessa fase, há chance de ser confundido, ou até mesmo mascarado, por orquiepididimites (inflamação dos testículos e dos epidídimos (canal localizado atrás do testículo e que coleta e carrega o esperma) geralmente transmitidas sexualmente.

TUMORES DE EWING
É um grupo de cânceres que afetam primariamente osso e tecido mole. Inclui o tumor de Ewing do osso (ou sarcoma de Ewing), tumor de Ewing extraósseo (sarcoma extraósseo de Ewing, afeta tecidos moles), tumor neuroectodérmico primitivo (PPNET) e tumor de Askin  (PPNET da parede torácica). Todos esses tumores vêm do mesmo tipo de células. O diagnóstico é mais frequente entre os 11 e os 20 anos (64%), seguido da faixa até os 10 anos (27%) e 9% entre os 21 e os 30 anos.
A localização mais comum é nos ossos (longos e chatos), sendo 80% sarcoma de Ewing e 20% PPNET. Podem ocorrer em quase todos os ossos do corpo, sendo mais observados nos pélvicos, seguidos de fêmur (coxa), tíbia (perna) e úmero (braço).

CÂNCER DA VAGINA
Representa aproximadamente 1% dos tumores ginecológicos. Os tipos que ocorrem são tumores escamosos, adenocarcinoma, melanoma, sarcoma. Entretanto, tumores secundários ou metástases de outros tumores (de colo de útero, de endométrio, de ovário, de intestino grosso) são encontrados mais comumente na vagina do que os tumores primários de vagina.

CÂNCER DE VULVA
Representa 4% dos tumores ginecológicos malignos e é predominantemente em mulheres acima dos 50 anos.
Os fatores de risco são: A irritação no loca, a irradiação pélvica e o papilomavírus. Sintomas – prurido, ardência, dor nas relações sexuais, feridas local.



 
Todas as informações foram retiradas do
Fotos do Banco de Dados do Google.

23 de novembro de 2011

QUEM CONSTRUIU O MURO DAS LAMENTAÇÕES??

A história do Muro das Lamentações deve mudar com a descoberta de antigas moedas por Arqueólogos israelenses. Eles anunciaram o achado de moedas antigas que podem subverter as crenças largamente mantidas sobre as origens do Muro das Lamentações de Israel, um dos locais mais sagrados para o Judaísmo. O anúncio da descoberta foi feito nesta quarta-feira
Por séculos, muito do que se pensava sobre o muro era que ele fora construído pelo rei Herodes que detém má fama, na tradição do Cristianismo, por ser algoz nos esforços de perseguição do bebê Jesus, de acordo com a história original dessa religião.
Mas arqueólogos afirmaram ter encontrado moedas enterradas sob os alicerces do muro, e que foram cunhadas 20 anos depois da morte do rei Herodes, em 4 d.C. o que demonstra que a estrutura foi completada pelos reinados sucessores.
A descoberta pode significar uma revisão nos guias turísticos para as multidões que visitam a cidade.
Todo guia turístico baseado na história de Jerusalém quando perguntado sobre quem construiu o muro responde: 'Herodes'.
"Essa partícula da informação arqueológica ilustra o fato de que a construção do muro foi um projeto enorme que levou décadas e que não foi completado durante a vida de Herodes", disse uma autoridade israelense.
A autoridade disse que os historiadores acadêmicos já tinham conhecimento, a partir de fatos narrados pelo historiador judeu Flávio Josefo (37 ou 38 d.C. - 100 d.C), de que o muro fora completado pelo bisneto de Herodes.
Mas esse relato não ajudou a dissipar a história popular de que Herodes concluiu o Muro das Lamentações. As moedas foram a primeira evidência concreta para fazer uma atualização da versão de Flávio Josefo.

Folha.com

EL AMOR ES BELLO

Quando nos apaixonamos, diversos neurotransmissores imediatamente começam a trabalhar produzindo um verdadeiro coquetel de emoções. Essa mistura toda, serve como uma anfetamina para o nosso organismo.
Especialistas no assunto afirmam que, se apaixonar afeta tanto nosso cérebro quanto se estivéssemos usando drogas.
O coração fica acelerado, e apertado - a pressão no peito geralmente é um sintoma relacionado ao medo e ao pânico. Mas estudo já comprovaram que quando estamos apaixonados uma das partes do cérebro que entra em atividade é a mesma que se ativa com o medo e o pânico. Assim, esses sintomas são explicáveis.
Falta de apetite – não sentir vontade de comer e nem beber nada, a boca chega a ficar seca e as vezes sentir até enjoos.
Mãos geladas e suadas, pernas bambas...nossa!!
Insônia - sentir dificuldade para dormir "Você fica acelerado", como um robô, consegue caminhar por horas, ou não vê o tempo passar.
Aquele frio na barriga - quase todo mundo sente aquele arrepiozinho na espinha e um frio na barriga quando alguma coisa importante está prestes a acontecer. Na paixão, esse sintoma é certo e constante.
Dificuldade de concentração - quando estamos apaixonados, tudo o que se passa pela nossa cabeça é ele(a). A paixão torna-se quase uma obsessão. Você só consegue se focar bem, no que diz respeito a pessoa desejada.
Apesar de estarmos falando de paixão, acho bom lembrar que essas mesmas sensações são normais e, acontecem também em outras situações consideradas importantes. Isso é um resultado da liberação de dopamina, norepinefrina e cortisol na corrente sanguínea.
Se apaixonar é natural e muito importante para todos os seres.
Portanto, mãos suadas, penas fracas, friozinho na espinha e na barriga... quem nunca sentiu esses sintomas, com certeza, nunca se apaixonou.
Essa fase meio doida, graças a Deus... só dura de seis meses a dois anos no máximo. Os psicólogos explicam o porquê de nos importarmos menos com nosso trabalho, família e amigos quando nos apaixonamos.
Sabe por que? Simples! Porque nosso novo parceiro sacia todas as nossas necessidades. Pelo menos no período citado acima. Tudo por causa dos tais neurotransmissores enlouquecidos de paixão.
Essa fase que muitos chamam de “Doença do Amor” passa!
Porém, isso acontece quando a relação vai tornando-se duradoura. Isto é, sai a fase da paixão para dar lugar a um novo sentimento mais maduro e tranquilo que se chama ‘AMOR’. Amei escrever esse texto!!!

17 de novembro de 2011

NOVO REMÉDIO CONTRA A MALÁRIA

Nesta quinta-feira (17), cientistas afirmaram, terem descoberto um novo composto que pode ser usado como um remédio mais eficaz contra a malária, em resultados apresentados na revista “Science”. A substância ataca o parasita transmissor da doença em dois locais.
A malária é uma doença tropical infecciosa que causa febre e dores de cabeça fortes, além de vômitos, fadiga e falta de apetite, entre outros sintomas. Em casos graves, ela pode matar. Não há vacina.
O protozoário Plasmodium falciparum infecta primeiro mosquitos.
Quando o inseto pica uma pessoa, o parasita entra no organismo. Uma vez lá, o primeiro alvo é o fígado, onde ele se multiplica. Depois, o sangue, onde causa os sintomas.
Os remédios anteriores contra a malária limpavam o protozoário apenas no sangue. O que sobrava no fígado podia causar novas infecções.
Agora, a equipe liderada por Elizabeth Winzeler afirma ter descoberto uma substância capaz de atacar o invasor tanto no sangue quanto no fígado. O grupo trabalha para o departamento de doenças tropicais negligenciadas do laboratório farmacêutico Novartis.
Em testes em camundongos, a medicação tomada oralmente protegeu o fígado e teve resultados no sangue melhores do que os obtidos com os remédios atuais. Segundo Winzeler, com mais estudos, outros compostos da mesma família podem ser identificados e usados contra a doença.

Do G1

15 de novembro de 2011

O BEBÊ DE SARAH

Sarah Best, uma britânica que passou por um tratamento de câncer durante a gravidez deu à luz um bebê saudável depois de usar um 'escudo' de chumbo para proteger sua barriga durante a radioterapia.
Segundo o Hospital Universitário de Coventry e Warwickshire, Sarah Best, de 30 anos, estava grávida de quatro meses quando descobriu que tinha um tumor maligno na boca.
Na época, não se sabia como ela e o bebê iriam reagir, já que apenas sete mulheres grávidas no mundo haviam passado pelo mesmo tipo de tratamento.
Sarah chegou a ser submetida a uma cirurgia pioneira que removeu parte de sua língua, mas o câncer já havia se espalhado por seus nódulos linfáticos.
A equipe liderada pela oncologista Lydia Fresco desenvolveu um escudo de 1,5 tonelada com 5 cm de espessura que protegia a barriga da paciente durante os 32 dias de radioterapia. Ela também passou por seis semanas de quimioterapia.
Inesperadamente, Best entrou em trabalho de parto no último dia do tratamento, um mês antes da data prevista para o nascimento.
Ela foi levada de cadeira de rodas para a maternidade do hospital. O bebê Jake nasceu saudável, com 1,8 kg, de parto normal, no dia 28 de abril.
Após alguns meses acompanhando o estado de saúde da mãe e do bebê, o hospital decidiu divulgar a história da família nesta terça-feira, por conta da semana da conscientização do câncer de boca. A paciente está agora em remissão do câncer.
Sarah e Jake vão continuar sendo monitorados de perto pelos próximos cinco anos, mas as indicações iniciais são extremamente positivas.

G1.com

13 de novembro de 2011

DITADURA: A MOROSIDADE DA COMISSÃO DA VERDADE


Quando o assunto é julgar os crimes cometidos em regimes militares, os países latino-americanos mostram quão díspares são suas interpretações dos fatos ocorridos e formas de acertar as contas com o passado. Na mesma semana em que o Senado brasileiro aprovou a criação da Comissão da Verdade, o Uruguai revogou a lei que anistiava militares envolvidos em crimes contra a humanidade durante a ditadura e a Argentina condenou Alfredo Astiz, o "Anjo da Morte", à prisão perpétua por crimes cometidos na maior prisão clandestina da ditadura no país. 
Embora isso mostre o empenho dos países na questão, o cenário não é o mesmo em toda a América Latina. A Argentina é considerada modelo na região com mais de 200 responsáveis por crimes durante a ditadura militar já punidos. O Paraguai viu sua Comissão da Verdade fracassar em termos práticos; o Chile ainda busca punição para criminosos já conhecidos, enquanto países como Nicarágua, Bolívia, Haiti, entre outros, lidam com a incapacidade das instituições somada à forte influência das Forças Armadas, o que impede qualquer punição dos responsáveis. 
O regime militar vigorou no Brasil de 1964 a 1985. Ainda hoje, contudo, o país apresenta um saldo devedor no que diz respeito à punição dos responsáveis na Justiça e à forma como a reparação às vítimas e familiares é feita atualmente, segundo especialistas “O Brasil não avançou no processo de reparação e da investigação de onde, como, quando e quem foram os responsáveis por essas mortes e desaparecimentos e de apontar esses responsáveis publicamente”, disse Cecília Coimbra, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais. “É fundamental que essas informações sejam divulgadas ao público, mas não temos certeza nem se o relatório final dessa Comissão da Verdade será público”, completa.
Além da reparação simbólica, existem dois tipos de reparação econômica previstos na lei brasileira: em prestação única ou em prestação mensal, permanente e continuada. A primeira consiste no pagamento de 30 salários mínimos por ano de perseguição/punição, mas sem superar o teto legal de R$ 100 mil. A segunda forma é assegurada aos anistiados que comprovarem vínculo de emprego na época, e o pagamento será definido com base no valor do salário da época.
Segundo levantamento do grupo, o número de mortos no Brasil durante o regime militar chega a 500, e há outros 147 desaparecidos. Estima-se que 20 mil tenham sido torturados no país.
Para a cientista política e pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Glenda Mezarobba, o Brasil prioriza as reparações financeiras, “mas paga de um jeito equivocado”. Alguns equívocos já vêm sendo corrigidos pela Comissão da Anistia, que em outubro deste ano reduziu o valor de 129 indenizações concedidas a trabalhadores demitidos entre 1964 e 1988, por ligações com sindicatos, mas que vinham recebendo valor superior ao estipulado por ano pela comissão, que é de R$ 100 mil. 
No Brasil, a Lei dos Desaparecidos permitiu às vítimas ou a seus familiares duas formas de indenização, uma única com valor máximo de R$ 100 mil, e outra mensal, avaliada de acordo com cada caso. Países como Argentina e Chile optaram por estender os benefícios para além das pensões, incluindo bolsas de estudo, auxílio emprego, entre outros. O Chile distribuiu reparações a mais de 115 mil pessoas desde a retomada da democracia. Na Argentina, foram pelo menos 25 mil os atendidos pelos esforços de reparação, enquanto no Brasil, até dezembro de 2010, 38.025 pedidos já haviam obtido direito de reparação na justiça, de acordo com o Ministério da Justiça.
Países que viveram ditaduras passam por um processo chamado de Justiça de transição que prevê, além de reparações e punições, a  reforma das instituições e divulgação da verdade, o que pode ser feito por comissões da verdade, como a criada pelo Brasil, ou por meio da abertura de arquivos. O Brasil ainda não deu respostas ao dever de julgar e punir responsáveis pelos crimes, na avaliação das especialistas.

JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO

Trata-se de um conjunto de deveres instituído pelo Conselho de Segurança da ONU segundo o qual os países que enfrentaram ditaduras, genocídios, guerras, entre outros legados de violência em massa, devem cumprir. São quatro:
1. Dever de justiça: Processar, julgar e punir os responsáveis pelos crimes, seja em tribunais internacionais ou nos países onde o crime ocorreu;
2. Revelar a verdade: Apuração das mortes e desaparecimentos por meio de comissões como a de Desaparecidos, a da Verdade e/ou da abertura dos arquivos;
3. Reparação: Conjunto de atos que expressam o reconhecimento e a responsabilidade que cabem ao Estado. Pode ser feita na construção de memoriais, museus, livros e indenizações;
4. Reforma das instituições: Incluir os direitos humanos como disciplina das Forças Armadas e reformar o Judiciário caso seja comprovada falha em períodos de repressão.
"Os dois últimos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva priorizaram reparações e a verdade, respectivamente, mas ignoraram o dever de justiça", afirma Glenda. "O Brasil ainda não puniu oficialmente ninguém por esses crimes. Reformas nas instituições também não foram feitas. A tortura ainda é uma prática disseminada no Brasil, e as Forças Armadas não se democratizaram, não incorporaram a disciplina de direitos humanos em seus treinamentos". 
Em 1982, os familiares dos guerrilheiros do Araguaia iniciaram uma ação judicial para exigir do Estado esclarecimentos sobre as circunstâncias das mortes e dos desaparecimentos de seus parentes e a localização de restos mortais. Na falta de resposta da justiça, o caso foi levado à Corte Interamericana de Direitos Humanos que, em 2010, culpou o Brasil pelo desaparecimento de 62 pessoas na guerrilha e por não ter promovido a justiça e a verdade nos casos de mortos e desaparecidos durante a ditadura.
Em 2011, foi a vez da Anistia Internacional denunciar em seu relatório anual que, no ano de 2010, não houve avanços no Brasil na apuração desses crimes. Duas derrotas morais para o governo brasileiro que a Comissão da Verdade e a Lei de Acesso podem ajudar a reverter.
A Comissão da Verdade aprovada pelo Congresso e que agora aguarda a sanção da presidente Dilma Rousseff será formada por sete pessoas, terá seis meses para preparar um plano de trabalho e dois anos para cumprir suas tarefas. O prazo e o número de pessoas são considerados insuficientes por Cecilia Coimbra. “A sensação é de que a comissão foi criada para não funcionar”, diz.
Junto com a Comissão da Verdade, o Senado aprovou o projeto de lei que regulamenta o acesso público às informações oficiais. O texto aprovado fixa o prazo máximo de segredo dos documentos em 50 anos, eliminando o sigilo eterno.
Em 47 artigos, o projeto descreve os procedimentos para que União, Estados e municípios garantam o acesso dos cidadãos a informações públicas, e classifica os documentos em três níveis: ultrassecretos (prazo de sigilo de 25 anos), secretos (até 15 anos), e reservados (abertos após cinco anos). Pela legislação atual, o sigilo dos documentos ultrassecretos é de 30 anos
Glenda Mezarobba, ao contrário, considera o formato enxuto da Comissão um ponto positivo.  “Uma comissão deve ter de seis meses a dois anos. A experiência de outros países indica que quanto mais tempo dura uma comissão, mais se dilui a informação. A força está na qualidade do relatório que será produzido ao final”.
Segundo a ministra de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, o fundamental é que a criação da comissão ocorra sem mais morosidade. “A escolha de um número de sete membros para a comissão foi feita para dar agilidade na tomada de decisões. E criamos dois instrumentos fundamentais para auxiliar a comissão, como uma rede de observatórios de universidades, com o Ministério da Educação, e os comitês autônomos, que podem buscar informações e indicar pessoas para serem ouvidas pela Comissão da Verdade”, disse.
O secretário nacional de Justiça e presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, ressaltou que a comissão não é uma concessão e que a iniciativa vai romper com a tradição do Brasil de não enfrentar as violações cometidas pelo Estado. “Pela primeira vez, o Estado cria uma comissão com a responsabilidade, entre outras, de identificar violadores dos direitos humanos. É inédita a criação de um órgão exclusivo para sistematizar todas essas graves violações de direitos”. 
O relatório reuniu as cópias de quase todos os processos políticos que transitaram pela Justiça militar brasileira entre abril de 1964 e março de 1979, especialmente aqueles que chegaram ao Superior Tribunal Militar (STM). O projeto contou com ativistas voluntários e foi coordenado pelo pastor James Wright e pelo cardeal arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns 
Quanto a tornar as informações do relatório final públicas, com o nome das testemunhas e dos envolvidos em casos de morte, desaparecimentos e torturas, bem como dos locais onde foram cometidos tais crimes, este é um ponto a ser discutido. Para Cecília, é inviável criar uma Comissão da Verdade com critérios sigilosos. “O sigilo impede que o familiar ou vítima conheça a verdade”.
A cientista política Glenda Mezarobba relembra que o Brasil abriu mais arquivos sobre o período do que Chile e Argentina. "A grande questão é que o Brasil não abriu os arquivos das Forças Armadas, o mais importante, pois segundo os militares eles não existem mais”. 
Ainda segundo a pesquisadora, boa parte dos nomes de torturadores já é conhecida. "Foi feita uma lista, o relatório Brasil Nunca Mais, de 1979, que publicou mais de 400 nomes de torturadores, o que não foi suficiente para mobilizar punições". Para ela, publicar ou não as informações, não é o ponto central da comissão. "O fundamental é encaminhar as informações ao Judiciário, que vai condenar ou não".


UOL Notícias
Andréia Martins