22 de dezembro de 2010

PRECONCEITO - Um Câncer que devora o mundo II

O que é preconceito? O que ele produz? E como se configura? Como a própria palavra demonstra, preconceito seria uma opinião formada antes mesmo de ter um conhecimento adequado. Ele é um juízo desfavorável.
No entanto, toda e qualquer atitude que foge dos ‘padrões’ de uma sociedade, pode ser entendida como preconceito. Tais atitudes podem ser de natureza racial, social ou sexual. Independente de sua forma ou natureza, o preconceito sempre leva à discriminação, à marginalização e à violência.
O preconceito social - que bem poderia ser chamado de ignorância social - se configura quando alguém julga outra pessoa por suas atitudes, argumentando que tal atitude faz parte de certa classe social, da qual, esta pessoa não pertence. É muito comum, os ricos discriminarem as pessoas de classes sociais menos favorecidas. Alguns costumam dizer: ‘eu tenho horror a pobre’ ou ‘isto é coisa de pobre’. Embora essas expressões possam parecer brincadeira de mau gosto, são vistas, no campo jurídico, como resultantes do preconceito social.
O preconceito racial, que também é denominado de racismo, se configura como uma violação aos direitos humanos, indo de encontro às disposições contidas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 1948, que reafirma que todos os homens são iguais, independentemente, dos traços culturais ou étnicos.
Alguns indivíduos alimentam a convicção de que por apresentarem certas características físicas hereditárias e por manterem determinadas manifestações culturais, são superiores aos outros.
Durante muito tempo, utilizou-se crença da existência de raças superiores e inferiores para justificar a escravidão e o domínio de certos povos sobre outros. Contudo, é oportuno lembrar que não existe raça superior. A raça humana é única, apenas é formada por indivíduos que se diferenciam pela cor, pela cultura, pela riqueza. No entanto, são todos iguais, são todos seres humanos, iguais em direitos e valores. Na realidade, o que existem são grupos diferentes e essa diferença se amplia à medida que determinado grupo passa a possuir um maior desenvolvimento tecnológico.
O preconceito racial existe, principalmente, em relação aos negros. No Brasil, esse tipo de preconceito surgiu ainda no período colonial com a escravidão. Lamentavelmente, embora tenha havido a abolição em 1888, o preconceito em relação aos negros em nosso país ainda é algo muito presente.
Por outro lado, o preconceito sexual é baseado na discriminação, devido à orientação sexual do indivíduo. Com muita freqüência, os noticiários mostram casos de homossexuais e bissexuais que são agredidos moralmente e até fisicamente, sob o argumento de que não são ‘iguais’ aos seus agressores e que constituem uma parte ‘suja’ da sociedade.
Essa triste realidade é muito comum no nosso país. O caso mais recente de repercussão nacional tem como vítima Robson de Oliveira Lima, que espaçado na Av. Paulista, no centro de São Paulo, em novembro passado, por três adolescentes e um adulto.
De modo em geral, as mulheres também são vítimas de preconceitos. Este tipo de preconceito denomina-se machismo e é resultado do antigo papel atribuído às mulheres, que eram ‘educadas’ para serem donas de casa e nunca para serem pessoas ativas na sociedade. Em pleno século XXI, quando se vive a chamada sociedade da informação, em vários grupos sociais ainda subsiste o pensamento machista e nestes espaços sociais a mulher ainda é vista como uma extensão da propriedade do homem.
Nas últimas décadas, em várias partes do mundo, até mesmo no tradicional Oriente, a mulher vem cada vez mais conquistando posição na sociedade, ocupando espaços e postos de trabalhos que, historicamente, eram antes reservados aos homens, e isto tem contribuindo para a redução desse tipo de preconceito.
No entanto, um tipo de preconceito que vem sobrevivendo ao longo dos séculos é aquele que diz respeito à religião. Desde os primórdios de sua história, o homem descrimina e até mata seu semelhante por motivos religiosos como se Deus pudesse variar de crença em crença, à semelhança da ignorância humana que muda e até se amplia entre determinados indivíduos.
No passado, tivemos guerras por motivos (lê-se preconceitos) religiosos. Assim foram as Cruzadas, bem como as reações dos reis católicos europeus ao avanço do protestantismo a partir do final do século XVI. Milhões de serem humanos foram mortos. Crianças, jovens e mulheres forma trucidados em nome de Deus, Jeová e Alá, pronúncia que variava segundo a crença do indivíduo que segurava a espada.
Na atualidade, o maior exemplo deste tipo preconceito são os conflitos no Oriente Médio, nos quais, judeus e islâmicos matam-se uns aos outros em nome da ‘fé’. No Iraque, extremistas matam inocentes quando descobrem que os mesmos não seguem os ‘ensinamentos’ de Alá, com se o mesmo tivesse dito: Matem-se uns aos outros e não amem-se uns aos outros.
Outro tipo de preconceito também bastante comum no mundo atual é o contra pessoas de outra nacionalidade. Aos olhos do mundo, o brasileiro é malandro e desonesto. E isto faz com que nós, os brasileiros, sejamos discriminados em vários países do mundo. A Espanha, por exemplo, não gosta de receber brasileiro. Na Inglaterra, matam-se brasileiros sob a alegação que são confundidos com terroristas. Nós, no Brasil, chamamos os portugueses de burros e esquecemos que o Brasil é fruto da colonização portuguesa, e, que por um processo histórico, herdamos alguma coisa daquela nação.
Frequentemente, criticamos os norte-americanos por sua arrogância, ao mesmo tempo em que tentamos imitá-los em quase tudo, principalmente, no falar, de tal forma que a palavra ‘okay’ é uma das mais utilizadas em nosso idioma. Lá, nos ‘Isteites’, nós, os brasileiros, somos discriminados e explorados, sob vários aspectos.
Independentemente da forma que se manifeste, o preconceito é sempre fruto da ignorância humana. Ele se alimenta do próprio homem. Quanto mais forte ele fica, mais fraca fica a sociedade que permite que tal atitude se amplie. Pois, a mesma germina a discórdia, a desunião e a violência. Era o que ocorria na África do Sul quando vigorava a Lei do Apartheid. E também nos Estados Unidos antes das mobilizações promovidas pelos negros nos inícios da década de 1960, sob os discursos pacifistas de Martim L. King, que teve sua boca ‘calada’ por uma bala.
Creio, que as leis (por mais duras que sejam) e nem mesmo as convenções emanadas pelos organismos internacionais não eliminarão os mais vários tipos de preconceitos alimentados entre os seres humanos. Uma aproximação maior com Deus, o entendimento de que todo ser humano é igual, a aceitação de que a melhor classe social é aquela, na qual, todos possam viver de forma digna e pacífica, constituem, sem sombra de dúvidas, nos mais corretos passos em direção à eliminação de toda e de qualquer forma de preconceito. É o que creio!
Abraços a todos.

Um comentário:

José Ozildo dos Santos disse...

Com palavras e ensinamentos coerente é possível mudar as pessoas, e, conseqüentemente, melhorar o mundo. Acredito que você tem esse dom. Por isso, incentivo e apoio toda e qualquer iniciativa sua. Beijos. - Ozildo

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