Dona Carmem entra na sala, olha para todos os lados, para chão e para a mesinha. Esfrega as mãos, e, por último, me olha com os olhos arregalados. “Está ouvindo as batidas do meu coração? Parece que vai sair pela boca, começou a ficar acelerado, minhas mãos estão frias e trêmulas, o suor pinga” diz ela.
Nervosismo e ansiedade perseguem dona Carmem toda vez que ela vai fazer uma simples aferição de pressão.
Dona Carmem está entre 36% dos hipertensos, segundo pesquisa feita pelo Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Essa rotina é muito comum entre as pessoas que sofrem de uma síndrome chamada Síndrome do Jaleco Branco. Toda vez que essas pessoas precisam pisar em uma farmácia, clínica ou hospitais para medir sua pressão ou passarem por um procedimento qualquer, pronto. A pressão sobe.
Para Dona Carmem, o simples fato de pensar que sua pressão possa estar alterada, faz com que ela sinta todos esses sintomas.
A Síndrome do Jaleco Branco também atinge pessoas não hipertensas.
Alguns, a hipertensão surge subitamente quando estão perto de um médico ou qualquer profissional da área de saúde.
A pressão oscilar é muito comum no caso das pessoas que sofrem com a síndrome, o aumento é registrado apenas diante do profissional de saúde. Simplesmente ao olhar o aparelho medidor de pressão arterial, elas entram em sofrimento.
Há pessoas que chegam totalmente tranqüilas, mas, quando sentam na cadeira ou vê o profissional. Tudo muda. Só depois de conversar muito é que vai voltando a normalidade.
Segundo especialistas, ter pavor até de ver o médico ou qualquer profissional da área de saúde é sinal de que a pessoa generalizou o medo. Ela associa a cor da roupa e a figura do médico ou de outros profissionais, ao medo de sentir dor.
Muitas pessoas só ficam sabendo que são portadores desta Síndrome depois de um longo período e podem confundir muitos profissionais de saúde. Por isso, é muito importante que tais pacientes verifiquem sempre a pressão arterial para o controle, e, assim, evitar maiores transtornos na saúde.
Uma forma de saber qual a diferença entre a hipertensão e a síndrome é através de um exame que se chama MAPA (Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial).
Este exame é feito da seguinte forma: O paciente permanece com um aparelho chamado Esfigmomanômetro, que irá verificar sua pressão durante vinte e quatro horas consecutivas. Todos os registros serão realizados, inclusive, no período noturno. E, durante todo o período, o paciente irá preencher um questionário registrando todas as atividade realizadas e qualquer alteração que ocorrer.
Todo esse procedimento será analisado, para que com isso, possa ser traçado um perfil da pressão arterial do paciente durante suas atividades normais e sem a presença do profissional de saúde. E, consequentemente, a avaliação do médico responsável, que irá fazer o diagnóstico e tomar as medida cabíveis ao caso.
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