Um manuscrito inédito do poeta João Cabral de Melo Neto começa a ser ordenado para virar livro quase 12 anos após sua morte.
É um auto, um texto dramático - assim como o poema mais famoso de João Cabral, “Morte e Vida Severina”, intitulado “A Casa de Farinha”.
João Cabral de Melo Neto perdeu a visão anos antes de morrer, e não chegou a concluir o material.
O escritor deixou 40 folhas manuscritas, com pesquisa, estudos e linhas gerais da trama, bem como os primeiros diálogos em versos.
A peça mostra a incerteza dos trabalhadores de uma casa de farinha -local onde a mandioca é processada de forma artesanal até virar farinha - ante o rumor de que o local vai ser engolido pelo progresso.
Os inéditos, os únicos conhecidos de João Cabral, serão publicados no ano que vem pela Editora Alfaguara.
Quem decidirá o acontecimento será Inez Cabral de Melo, uma das filhas do escritor, que irá trazer os manuscritos aos olhos do mundo.
A ideia de Inez era fazer um documentário. Porém, ela afirmou que “isso pode demorar, e senti que esse manuscrito merece ser mostrado”.
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