20 de agosto de 2011

NOTÍCIAS DE GIANECCHINI II

Câncer de Gianecchini exige quimioterapia mais forte e pode levar a transplante de medula

O linfoma de células T angioimunoblástico, diagnosticado no ator Reynaldo Gianecchini, é um tipo incomum de câncer e requer sessões mais intensivas de quimioterapia.
A doença é identificada por alterações genéticas nos linfócitos T (células responsáveis pela defesa do organismo contra infecções) e é marcada por sintomas como gânglios linfáticos inchados, febre, perda de peso, rachaduras na pele e níveis elevados de anticorpos no sangue chamados gamaglobulinas, segundo a Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia).
A doença é um dos 50 subtipos do linfoma não Hodgkin e é considerada rara, pois acomete, em média, 10% dos pacientes com esse tipo de linfoma. A grande maioria (90%) é diagnosticada com o linfoma não Hodgkin do tipo B (alterações genéticas nos linfócitos B).
Segundo Carlos Chiattone, professor de hematologia da Santa Casa de São Paulo e diretor da ABHH (Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia), a doença de Gianecchini costuma ser mais agressiva e tem um prognóstico menos favorável que os linfomas do tipo B.
Aqueles sintomas que podem acompanhar febre, suor, perda de peso e coceira são mais frequentes nesse linfoma do que no de células B. De forma geral, os linfomas T são mais graves e mais agressivos do que os linfomas B.
O diagnóstico do linfoma do tipo T não é simples. Requer uma biópsia (coleta de uma amostra de tecido), geralmente dos gânglios linfáticos, e, em seguida, uma série de exames para detectá-lo. Em linhas gerais, a doença tem os mesmos sintomas do linfoma do tipo B, mas também pode afetar a pele, a mucosa do nariz, o intestino, o fígado e os tecidos abaixo da pele – ambos também considerados graves.
Dado o diagnóstico, os médicos devem avaliar qual o protocolo médico (tipo de tratamento) será adotado, levando em conta a idade, onde está localizado o câncer, o estágio da doença e o estado de saúde do paciente, para, então, chegarem a um programa exato.
Essa etapa é fundamental para aumentar as chances de cura, de acordo com a onco-hematologista Ana Lucia Cornacchioni, coordenadora do comitê cientifico médico da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia).
"Parece perda de tempo, mas, na verdade, se ganha um tempo muito grande porque a chance de cura desse paciente se dá nesse momento, no melhor programa de tratamento escolhido".

ENTENDA UM POUCO O ASSUNTO

Quimioterapia

Na maioria dos casos, é esse o procedimento adotado. A quimioterapia consiste em um conjunto de medicamentos injetados na veia ou em cápsulas, que danificam as células cancerígenas. Mas como as células T são consideradas mais indolentes e, com maior risco de retornarem, em alguns casos, o tratamento culmina no transplante de medula. De acordo com a hematologista do Instituto Paulista de Cancerologia, Eloisa Martin, o procedimento é a alternativa real de cura da doença.
"Por definição [o linfoma de célula T] não é curável só com quimioterapia, tem risco de voltar. É curável com transplante de medula".
A onco-hematologista Ana Lucia Cornacchioni, no entanto, não vê a alternativa como a única solução para exterminar a doença.
"Não sei o estágio da doença dele, então não sei a sua chance de cura. Pode ser muito avançado e mesmo assim tem chance de cura".
Segundo ela, o fato de Gianecchini ser jovem – o ator tem 38 anos – indica que os médicos podem intensificar mais o tratamento, envolvendo ou não o transplante.
"Com isso a gente imagina que ele vai tolerar mais a quimio e propor tratamentos mais intensivos com chances maiores de cura, claro".
 A maior desvantagem no tratamento desse tipo de linfoma é a falta de um anticorpo que lute contra as células cancerígenas, como já existe no tratamento do linfoma de célula B. A imunoterapia consiste na utilização de um anticorpo monoclonal (retirado de um único linfócito), neste caso da própria célula B, que usa as defesas do organismo para combater as células “ruins”. É usado junto à quimioterapia.
Esse tipo de tratamento pode ser usado antes da quimio, para “dar uma limpada” no ambiente, ou após, para tratar as células do câncer que ainda sobraram no organismo.
Como ainda não foi descoberto um anticorpo da célula T, a saída mais utilizada é o reforço da quimioterapia, segundo Chiattoni.
"O tratamento é feito, via de regra, com quimioterapia de doses maiores ou mais recorrentes do que se usa nos linfomas B e, para a maioria dos casos, depois da quimio você reforça com um transplante autólogo [retirado da própria pessoa] de medula óssea".
De acordo com o professor da Santa Casa, a juventude e a boa saúde do ator são seus maiores aliados contra a doença.
"Ter um bom estado geral de saúde e ser jovem facilita o tratamento e amplia muito a possibilidade de cura".
Reynaldo Gianecchini deveria ter começado a fazer quimioterapia. Porém o tratamento teve que ser adiado por tempo indeterminado, conforme informou David Uip, infectologista que faz parte da equipe que está cuidando do caso.
Segundo ele, a oncologista Yana Novis foi quem decidiu, em comum acordo com toda a equipe que o tratamento deveria ser adiado, depois que Gianecchini teve um sangramento na hora de colocar do cateter principal para tratar o câncer.


http://noticias.r7.com/saude

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