Uma pesquisa feita no Brasil mostra que a
quantidade e a qualidade dos espermatozoides
no sêmen dos homens diminuíram nos últimos anos. A conclusão foi feita
por cientistas da clínica de reprodução assistida brasileira Fertility após a
análise de 2.300 amostras de sêmen de homens com idade média de 35 anos, com um
intervalo de 10 anos. Após avaliarem 743 amostras de 2000 a 2002 e 1536 de 2010
a 2012, foi observada a redução na concentração de espermatozoides por
mililitro de 61,7 milhões para 26,7. A quantidade de espermatozoides
morfologicamente normais caiu de 4,6% para 2,7%.
Os resultados, que serão apresentados no Congresso Anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), em julho de 2013, mostram também um aumento no quadro de azoospermia, que é a ausência de espermatozoides no sêmen.
Os resultados, que serão apresentados no Congresso Anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), em julho de 2013, mostram também um aumento no quadro de azoospermia, que é a ausência de espermatozoides no sêmen.
No período estudado, a quantidade de homens
com ausência de espermatozoides no sêmen aumentou de 4,9% para 8,5%. Além
disso, foi encontrado um aumento na quantidade de homens com alteração seminal
grave (problemas na concentração, morfologia e mobilidade dos espermatozoides):
de 15,7% para 30,3%.
Segundo a definição da Organização Mundial da
Saúde (OMS), um homem só pode ser considerado infértil se ele não consegue
engravidar sua companheira (desde que ela seja saudável no que se refere à
fertilidade) em até 12 meses de tentativa - período em que 90% dos casais
conseguem atingir o objetivo. Isso significa que um homem não pode ser
considerado infértil com base nos resultados da análise de sêmen, a não ser em
casos extremos, como a azoospermia. Por essa razão, apesar das diversas
evidências científicas apontando para a redução na quantidade e piora na
qualidade dos espermatozoides, ainda não se pode afirmar se isso provocou ou
não o aumento da infertilidade.
De acordo com os especialistas, o aumento da
procura por tratamentos para infertilidade e reprodução assistida também é uma
realidade, mas ainda não é possível avaliar o impacto que a queda na qualidade
dos espermatozoides pode ter nesse crescimento. Outros fatores, como as
mulheres estarem engravidando cada vez mais tarde e um aumento do poder
aquisitivo de classes mais baixas, que tornou esse tipo de tratamento mais
acessível do que no passado, podem ter um peso maior nesse aumento do que a
queda na qualidade seminal.
Em 2010, a OMS definiu novos padrões para
análise do sêmen. A partir dessa data, a concentração mínima de espermatozoides
por mililitro de sêmen para o homem considerado saudável passou de 20 milhões,
no manual de 1999 da OMS, para 15. Já a porcentagem mínima necessária de
gametas considerados morfologicamente normais passou de 14% para 4%. Abaixo
desses índices já é considerado preocupante para a saúde masculina.
VEJA O QUE OS ESPECIALISTAS APONTAM COMO AGENTES QUE
CONTRIBUEM PARA A MÁ QUALIDADE DOS ESPERMATOZOIDES:
Obesidade
Um estudo recente feito pela Fertility and Sterlity descobriu que os
obesos tendem a ter uma contagem de esperma baixa em comparação aos homens mais
magros, pois o alto nível de gordura corporal está associado à mudanças no conjunto
de proteínas que permite a sobrevivência e função do espermatozoide. E não é só
isso. Além de serem em menor quantidade, os que sobram tendem a moverem-se sem
rumo, o que dificulta a concepção. “Os testículos ficam dentro de uma bolsa que
precisa ter uma temperatura menor que a do corpo, por isso, o saco escrotal
fica pendurado. Só que quando o homem tem muito tecido adiposo, as partes do
corpo ficam em contato com o saco escrotal e acaba elevando a temperatura da
região, prejudicando a qualidade do espermatozoide”, explica o urologista
Carlos Gobbo, da Unesp
Excesso
de bebida alcoólica
O especialista
Carlos Gobbo explica que o álcool em excesso está associado à diminuição da
testosterona e, portanto, diminuição no volume do sêmen. Por isso, quanto mais
álcool for ingerido e mais longo for o período de abuso, maior será o
comprometimento da fertilidade.
Tabagismo
Tudo que é em
excesso é ruim, mas no caso do cigarro, o menor sinal já é responsável por
alterações na qualidade do sêmen. Médicos israelitas descobriram que os
fumantes apresentam elevadas concentrações de cotinina, uma substância derivada
da nicotina e que está presente, inclusive em fumantes passivos. Os homens que
possuem uma elevada dose de cotinina apresentam alterações na preparação do
esperma e, consequentemente, taxa diminuída de fertilização. Essa pesquisa
verificou que, independentemente de a mulher fumar ou não, quando o homem é
fumante, a taxa de fertilidade do casal é de apenas 44,9%.
Drogas
ilícitas
O uso de drogas
ilícitas também possui um efeito diretamente na fertilidade. “As drogas
ilícitas podem levar às alterações da condição espermática. A maconha faz o
espermatozoide perder a força para subir até a trompa, o que deixa a fecundação
impossibilitada”, explica o urologista Carlos Gobbo. De acordo com os
especialistas, pesquisas mostram que outras drogas, como o crack e a cocaína,
provocam o aumento da produção de substâncias que são tóxicas para os
testículos.
Anabolizantes
É muito comum ver
homens que querem ficar fortões sem pegar firme na malhação fazerem uso de
anabolizantes, mas o que poucos sabem é que essas substâncias podem destruir a
fertilidade. De acordo com a nutróloga Melona Gouveia Castro, especializada em
medicina esportiva, o uso de anabolizantes induz o organismo a diminuir a
produção dos hormônios masculinos. “Além do comprometimento da fertilidade, os
esteroides provocam um rebuliço no metabolismo a ponto de causar uma pane
geral, levando ao surgimento do câncer (no fígado ou nos testículos) ou de
infarto. Hipertensão, aumento do colesterol ruim, alterações de humor e o
amarelamento da pele, devido à sobrecarga do fígado”.
Poluição
A má qualidade do ar
também é capaz de prejudicar a fertilidade dos homens. Segundo um estudo feito
pelo Hospital das Clínicas, a poluição é uma das causas modernas mais graves
para a infertilidade masculina. Os homens que respiram ar mais poluído
apresentam maior concentração de radicais livres no sangue, o que provoca uma
baixa na qualidade dos espermas.
Ao envelhecer, os homens já
apresentam queda na qualidade e quantidade do esperma. “A partir dos 45 anos,
os homens começam a procurar mais os médicos porque notam dificuldades de
ereção, desânimo, falta de disposição. Muitos desses homens podem estar iniciando
uma fase chamada Distúrbio do Envelhecimento Masculino, caracterizada por um
declínio das faixas hormonais e da qualidade seminal. Por isso, ao notar os
primeiros sintomas, o ideal é procurar um médico”, ensina o urologista Carlos
Gobbo. Quanto mais saudável são os hábitos, maior a longevidade e maior a
qualidade do esperma, como mostra um trabalho publicado no American Journal of
Edipemiology. “Fazer exercícios físicos, evitar excessos na alimentação, ter um
relacionamento afetivo estável e acabar com os vícios prejudiciais para a
saúde, vão ajudar a aumentar sua fertilidade e qualidade de vida”, explica o
urologista da Unesp.
Fonte:msn.minhavida.com.
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Bjussss Rosélia Santos.