14 de janeiro de 2011

O PERFUME: DA ANTIGUIDADE AO PRESENTE

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os comunicamos com o mundo exterior através de nossos sentidos. E dentre estes, o olfato, é o que, de forma mais rápida, transmite mensagem ao nosso cérebro, fazendo com que o mesmo nos transporte a uma imensidade de emoções que são imediatamente associadas a memórias de fragrâncias.
Assim sendo, o perfume existe desde que existe o olfato, e assim, a história da humanidade se confunde com sua própria história.
A palavra ‘perfume’ vem do Latim per fumum’, que quer dizer penetrar através da fumaça. A palavra nos tranportarta a uma cena fumegante e faz referência a nuvem perfumada, que subia aos céus em rituais realizados em honra aos deuses. Historiadores relatam que o perfume sempre teve uma ligação muito forte com as religiões, sendo utilizado como purificante das almas e como as oferendas aos deuses.
Foi no Egito onde surgiram as primeiras referências ao perfume. Lá, por arqueólogos, foram encontrados vasos de perfume, que remontam ao terceiro milênio antes de cristo.
As essências eram tão importantes no antigo Egito que, laboratórios eram montados de forma autêntica nos templos, destinados à preparação de perfumes para seus mortos e para ser oferecidos aos deuses.
No templo de Horus, em Edfo, foi encontrada uma receita de velas perfumadas com fabricação em sebo misturado ao aroma, que eram queimadas como forma de oferendas às divindades.
Os egípcios tinham a crença e a certeza de que seus pedidos e orações eram ouvidos pelos deuses se fossem enviados em forma de nuvens de fumo perfumadas que subiam dos altares.
A importância das essências no Egito não parou por aí. Pois, além de sua primordial importância em rituais de mumificações dos corpos, o perfume também definia a hierarquia social. Especiarias como óleo de cedro, canela, mirra açafrão e outras, eram usadas para a criação de perfumes delicados para os aristocratas da corte egípcia.
As mulheres costumavam usar brincos ocos e enchiam de perfume para perfumar não só o corpo, mas também a roupa e a água na hora dos banhos, bem como untarem os corpos com óleos e muitas fragrâncias. 
Existem também relatos de que uma das maiores consumidoras de perfume era Cleópatra, a mesma não só consumia muito perfume como também cosméticos naturais. Ela é considerada a primeira mulher consumidora de perfume para a sua principal arte: a ‘arte de seduzir’.
Plutarco - historiador romano da era clássica – descreveu o momento em que Marco Antônio, general de Roma e amante de Cleópatra, entrou no barco daquela rainha, na região de Tarso, e por ela ficou encantado, afirmando que “perfumes embriagadores flutuavam”.
Podemos citar também como apreciadores de perfumes os assírios e os babilônicos. Suas essências eram oriundas da Índia e de outros países asiáticos, estes eram produzidos a partir de resinas de árvores. Os assírios também recebiam do Himalaia, a alfazema da qual extraia a fragrância.
Na Mesopotâmia, o papel do perfume na vida conjugal tinha valor imensurável, o esposo proporcionava a sua esposa como ato de amor. A população usava óleos e sua qualidade dependia de cada condição social. Isto é, os mais ricos usavam óleos finos e de melhor qualidade, o que não ocorria com aqueles de menor poder aquisitivo.
Referências sobre outras civilizações quanto à utilização de perfume não são precisas como as citadas acima. Sobre a Pérsia, temos algumas informações contraditórias. Alguns especialistas relatam que as fragrâncias eram usadas para tentar mascarar os odores daqueles que descuidava totalmente de sua higiene pessoal. Já outros especialistas discordam e relatam que o uso do perfume era intenso e refinado. Fica a dúvida. Contudo, a Pérsia teve que esperar os gregos e romanos florescerem para que em seu meio, a produção de perfume crescesse.
Partindo para a mitologia grega, Alexandre, o Grande, por volta do IV a.C., trouxe para a Grécia, os perfumes e nos dias de luxurias, esses produtos tinha um valor tão importante quanto o valor dos alimentos.
A perfumaria floresceu como arte na civilização grega, fragrâncias foram desenvolvidas para cada parte do corpo e outras limitava-se a cura de alguns males.  Na Grécia, o primeiro a escrever sobre a perfumaria foi o filósofo Teofrasto. Ele tinha um vasto conhecimento em Botânica e através de seus conhecimentos escreveu em seu tratado como eram produzidos os óleos. E, é graças a esse relato, que se sabe que os óleos eram extraídos das flores. Essa referência é conhecida como pioneira na história do perfume.
Existem relatos também do uso de perfumaria por Hipócrates, o pai da medicina, que utilizava perfumes concentrados para combater algumas doenças. Já no asseio pessoal, foram os romanos que mais fizeram uso desse produto em todas as escalas da sociedade. Desenvolveram óleos para o corpo e principalmente para ser usado em rituais de fertilidade. Utilizavam as fragrâncias também em forma de pastas, incensos e bálsamos cicatrizantes.
Nas ruínas de Pompéia, arqueólogos descobriram a perfumaria. Garrafas pequenas com indícios de perfume, fizeram parte dos preciosos achados arqueológicos de Pompéia. Depois de analisados, foram revelados mistérios de perfumes com mais de 2000 anos, que eram feitos à base de azeite, misturando com pétalas de rosas, manjericão e lírio. No entanto, como aquele povo não conhecia a técnica de fixar o odor, depois de algumas horas a fragrância ia embora e somente ficava o cheiro do azeite.
Com o advento do Cristianismo, o perfume caiu em desuso graças às mensagens de humildade e pudor divulgadas na época. No entanto, foram os árabes que desenvolveram os novos métodos de se obter perfume, extraindo as propriedades químicas das plantas, destilando-as uma infinidade de vezes.
Foram também os árabes os responsáveis pela expansão da perfumaria na Península Ibérica, de onde atingiu o resto do continente europeu. Inicialmente, as plantas aromáticas eram produzidas nos países mediterrânicos, onde, graças ao clima adequado, produzia-se, principalmente, o jasmim, a alfazema e o limão, considerados na Idade Média as principais matérias primas para a fabricação de perfume.
Apesar da pressão imposta pela Igreja Católica, o uso do perfume continuou entre as classes mais favorecidas. Durante a Idade Média não havia um cuidado especial com higiene pessoal. E, entre muitas mulheres era costume perfumava-se com fortes e persistentes aromas a exemplo do âmbar.
O primeiro perfume com fórmula própria, registrado na História, surgiu em 1370 e foi criado pela Rainha Elisabeth, da Hungria. Combinando óleos e essências, ela elaborou um produto que ficou conhecido como l’eau de la reine de Hongrie’.
No entanto, foi na França onde surgiram as primeiras escolas destinadas à formação de aprendizes e oficiais na arte da perfumaria, atividade que alcançou significativo desenvolvimento após a Revolução Francesa, fazendo com que aquele país passasse a ser considerado o berço da perfumaria e sua capital, o maior centro da indústria de perfume, no mundo. É importante registrar que foi também nesta época que o perfume passou a ser associado à sedução.
Os avanços tecnológicos modificaram a produção de perfume, que até o início do século XX eram somente produzidos a partir da extração das substâncias aromáticas contidas em espécies vegetais. No final da década de 1920 começaram a surgir os compostos sintéticos, semelhantes aos aromas naturais e com isso, criaram-se novas fragrâncias.
Ao mesmo tempo em que o processo de produção de perfumes se modificava, surgiu uma nova tendência na sociedade que passou determinar a preferência dos consumidores, estabelecendo épocas para o uso de fragrâncias, bem como determinando as mais cítricas ou mais exóticas.
Hoje, o uso do perfume encontra-se presente em todas as camadas sociais e de diversas formas. Atualmente, existe uma infinidade de produtos ‘perfumados’, destinados as várias ocasiões de nossa vida diária de tal forma que difícil se viver sem o perfume nosso de cada dia. Bjusssss 


Fonte - Barsa

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