Durante a construção da antiga catedral da Sé, meados do século 18, um escravo chamou atenção do padre Justino, capelão do Convento do Carmo. Todo dia o encontrava diante das obras. Perguntou o que fazia ali. Respondeu que não entendia por que não tinha torre.
O padre explicou que não havia arquiteto nem construtor capaz de erguê-la.
Tebas, escravo da fazenda Tapanhoém, hoje bairro do Paraíso, disse que seria capaz. Queria carta de alforria e que o primeiro casamento fosse o dele. Justino aceitou.
A catedral ficou pronta em 1755, com a torre. Conforme prometido, Tebas conquistou a liberdade e foi o primeiro a casar, adotando o nome de Joaquim Pinto de Oliveira.
Construiu também a torre do Recolhimento de Santa Teresa e o primeiro abastecimento público regular: o chafariz do Largo da Misericórdia, próximo à Praça da Sé, bem como outras obras da arquitetura religiosa da São Paulo colonial.
O liberto Tebas deu origem a expressão: “ser tebas”, que passou a ser empregada na Paulicéia para designar aquele que é “empreendedor, hábil, capaz de tudo fazer com acerto e perfeição”.
Aurélio Buarque de Holanda, em seu famoso Dicionário, registra: “Tebas, do antropônimo Tebas (séc. XVIII), arquiteto improvisado da antiga Sé de São Paulo. Diz-se de, ou indivíduo hábil, adestrado.”
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