Existem certos momentos em nossa vida em que tudo parece estar perdido. Perdemos o controle de filhos, nos deparamos com um desconhecido que viveu ao nosso lado durante anos e de repente tudo está errado. Passamos a acreditar que assumimos uma responsabilidade grande demais, que somos incapazes de garantir e de cumprir com nossos deveres.
A primeira vista, a melhor coisa que pensamos em fazer é voltar para casa de papai e mamãe. Quando temos, quando não temos, bate a depressão, a angústia e uma enorme sensação de fracasso, ainda mais quando isso acontece quando estamos na meia idade. Aí, a situação fica feia. Dá até vontade de desistir da vida de adulto e dá uma de Peter Pan. Ridículo não?
A verdade é que nos sentimos numa verdadeira e pura falência e evasão de sentido. Lá se vão nossos melhores sonhos familiares e profissionais. E, numa luta ingloriosa vamos tentando nos sustentar. Não sabemos exatamente porque e por quem. Custa-nos acreditar que esse é o efeito sistêmico de nossas crises.
Ter esperança, é tudo que nos resta. Uma esperança sem romantização e não alienada, porém, concreta. Isto quer dizer com uma nova forma de ver situações, com uma nova ótica, um novo olhar para esses processos doloridos e para as dificuldades existentes.
Nossas relações afetivas são como seres vivos, nascem, crescem, amadurecem para morrerem em seguida, e nossa passagem por cada uma dessas fases é muito conflitante. Por outro lado, nos faz amadurecer. Por isso, devemos encarar como uma forma positiva, e, que servirá para nossa própria construção como seres aprendizes que somos por excelência.
Se usarmos essa capacidade que temos de aprender, no final, obteremos uma nova compreensão dos fatos e começaremos a lidar com essas alterações de rotina de vida de forma mais leve e mais adequada a cada momento.
O ponto principal é a época em que vivenciamos.
Hoje, o casamento não é mais um pacto entre duas pessoas levadas pelo mesmo sentimento de ternura e amor, onde essas pessoas sonham em construir juntas uma base, um lar, uma família. O casamento, hoje, mais se compara a um tipo de contrato comercial em que cada um deseja tirar mais vantagem, sem muito compromisso com o outro.
Na sociedade de hoje, onde o divórcio tornou-se mais fácil do que o casamento, onde os relacionamentos são totalmente descartáveis, é muito difícil falar em união estável, falar em união para ‘o resto da vida’ ou em reconstrução.
Entretanto, é preciso ir à luta, começando a entender que a união conjugal não pode ser encarada como um contrato comercial, mas, sim, como um organismo vivente, que cumpre toda sua trajetória, como falei antes, de nascimento, crescimento, amadurecimento e por fim, morte, seguindo assim, o ciclo de vida, mas de forma muito natural.
Na maioria das vezes, as crises vêem paralisando a intimidade dos casais que, aos poucos, vão se afastando um do outro, e, muitas dessas crises poderiam passar tão rapidamente quanto o modo em que vieram se ambos soubessem passar por elas, encarando-as de forma positiva, ou seja, como uma forma de crescimento pessoal e afetivo.
Se um ser vivo não é regado para crescer, ele acaba morrendo. Assim é o casamento. Por isso, vale a pena está constantemente atentos a cultivar o relacionamento para que ele passe por esses processos naturais do cotidiano e cresça.
A reconstrução de um relacionamento, que por orgulho ou por falta de diálogo está definhando é mais saudável e muito menos amargo, sem contar que é muito menos dolorido que um processo de separação e divórcio.
Tente identificar a etapa desse ciclo que você está passando e tente mudar o rumo da história para fortalecer seu relacionamento conjugal. Pois, se tem amor, tem tudo. O resto se resolve com uma conversa franca e verdadeira. Afinal, quando deixamos pai e mãe para nos unirmos a outrem, significa que queremos autonomia e responsabilidade sobre nós mesmos.
Muitos casais acham que deixar a casa dos pais para casar, significa apenas mudar de ambiente e muitas vezes usam deste artifício para se separar na primeira briguinha. É preciso deixar pai e mãe para assumir tal compromisso: o de casar e formar sua própria família.
Como aqui no Brasil só podemos estar casado com uma única pessoa, e se o seu relacionamento vai mal por interferência de terceiros, aí vai uma dica. Tente divorciar-se emocionalmente dessas pessoas. Muitas vezes um dos parceiros continua casado com os pais, principalmente. Divorciando-se deles, conseguirá criar um vínculo novo e profundo e terá estrutura para um novo casamento.
Perceba que um relacionamento saudável tem início com um divórcio saudável, entre filhos e pais, para então começar um novo relacionamento de forma adulta e madura, sabendo o que realmente quer da vida. A razão principal de um casamento é o ‘Até que a morte nos separe’, estabelecida por Deus.
Pena, que hoje, a maioria dos casais se deixa naufragar pela violação dessa razão estabelecida e esquece os fundamentais princípios morais, integrais e, sobretudo, humanos.
Não é vergonhoso separar e voltar quantas vezes necessário, se existe amor. Entretanto, é vergonhoso se divorciar na primeira briguinha e não saber exatamente o que levou você a isso.
Uma boa conversa, um diálogo esclarecedor e franco, às vezes, resolve e muito, situações como essas. Converse com o seu cônjuge e se possível, salve seu relacionamento. Seja feliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita!
Fique a vontade e volte quando quiser.
Deixe seu comentário no quadro abaixo.
Bjussss Rosélia Santos.