AMOR PROIBIDO



Uma relação de nove anos, um casamento marcado, tudo organizado e, de repente, Marília (nome fictício para proteção da identidade de minha amiga), sumiu.

Perece até coisa de novela, mas não é. A família quase enlouqueceu por causa disso. Dois dias depois, ela reaparece em casa e diz que não estava preparada para o casamento.

Tensão, insegurança, frio na barriga e uma vida cheia de aventuras, marcaram a vida de minha amiga durante dois anos. Marília se apaixonara perdidamente pelo seu cunhado e ele, por ela.

Apesar da forte campanha de desmoralização, que teimava em dominar seus pensamentos, o casal continuou dois anos com essa paixão proibida. Proibida, porque o cunhado dela era casado.

Dizem que o amor adubado com doses de mistério frutifica. Será?? Pode até ser. Mas, e quando a característica principal desse relacionamento é o segredo? Geralmente, essa característica leva os casais à loucura. O fator ‘proibido’ torna-se o principal adubo da relação, tornando-a mais arrebatadora.

Encontros escondidos, rápidos, longe dos amigos, e, principalmente, da família. Tudo muito desesperador e excitante. Essa é a parte boa.

Romeu e Julieta. Este, é sem dúvida, o romance proibido mais famoso da história, que se transformou também numa grande tragédia, o que nos faz refletir muito sobre esse assunto; refletir o quanto estamos sujeitos a transformações por nos deixar influenciar pelos pensamentos de outras pessoas. A partir do momento em que vocês deixam de se assumir, estão deixando de se entregar as próprias vidas, e, infelizmente deixam de viver em razão da opinião de outros.

Sou sempre a favor de um grande AMOR! Isso diferencia e muito das paixões desenfreadas e sem compromisso por uma das partes. Aquelas que a maioria se envolve por questões físicas, emocionais ou por questões desafiadoras, nada a ver.

Tudo isso, tem que ser analisado com muita calma e segurança. Afinal, o maior dilema dos amores proibidos é escolher agir com a razão ou com a emoção. Por isso, é preciso que nessa hora, saiba-se analisar com muita cautela o contexto dessa relação e os seus sentimentos.

AMAR é totalmente diferente de se apaixonar. A paixão não mede conseqüência e as pessoas apaixonadas agem pelo impulso. O amor, não. O AMOR é paciente e não tem prazo de validade estipulado.

Quando se ama de verdade, aprende-se a olhar primeiro com a razão. Quando a atração e o desejo começam a falar mais alto, quem ama, tende a ser mais forte e sabe dizer não.

Há quinze dias, minha amiga resolveu terminar o romance. Segundo me confidenciou, a principal razão do fim do relacionamento foi a falta de segurança, e o não poder contar com ele em certas ocasiões; sem contar a angústia de ser a outra,de ouvi-lo falar da esposa como a melhor mulher do mundo e de ter que viver de forma clandestina.

O relacionamento foi ficando difícil, começaram as brigas e os desentendimentos a cada encontro as escondidas. Estava faltando algo, cumplicidade, respeito e outras coisas mais. Ele não mais se interessava por ela. Começou a apresentar falhas que a paixão não esconde e o AMOR camufla.

No calor da paixão, erros e falhas são omitidos para não afugentar. O que não acontece com o amor verdadeiro onde o diálogo prevalece.

Enfim, ela se tocou que a paixão que ela pensava que era amor, nunca foi de verdade. Era muito desgastante e não valia a pena.

Nesses relacionamentos proibidos ou você abre mão de seus amigos, de sua família e com uma boa parte do mundo com o mesmo propósito do outro, ‘o de viver com essa pessoa’, ou então, não consegue levar muito longe.

As pessoas se apaixonam por alguém que não deveria, como homens casados, mulheres casadas, pessoas do mesmo sexo e várias outras situações. Acontece, que não é o bastante você se apaixonar para dar certo. É preciso mais que isso. Há também a necessidade suprema do outro sentir a mesma coisa. E, que essa mesma coisa se chame AMOR. São situações em que o coração sente vontade de falar mais alto e a razão interfere. Quando se dá ouvido à emoção, nunca se chega a lugar algum.

O amor é um sentimento de nobreza, sem ele não conseguimos viver. O amor nos torna pessoas melhores. É um sentimento prazeroso, mágico, principalmente, quando é correspondido. Quando se ama, só se tem uma única pessoa no pensamento, no desejo e no coração, que pulsa por essa pessoa o tempo todo.

Então, caso você esteja vivendo uma paixão proibida, encontros escondidos, aventuras eloqüentes, é melhor fazer uma reflexão. “Onde está o AMOR verdadeiro”? Por que ele/ela não assume o relacionamento?

Sei que cada caso é um caso, mas é bom ficar atento(a) para não estar perdendo tempo numa relação desgastante e mal definida. Às vezes, somos obrigados a fazer renúncias para viver uma relação e nem sempre compensa.    

Você aposta tudo em quem julga ser dono(a) de sua vida, acredita que estando do seu lado, tudo faz sentido e nada mais importa. O que você precisa pensar é se isso te faz bem ou mal. Se essa pessoa te faz sofrer, te magoa, te deixa esperando, não te respeita, é hora de se perguntar, será que vale a pena investir numa relação assim?

Enfim, você decide sobre o valer e o não valer. Analise três quesitos, no mínimo: Respeito, admiração e comprometimento por parte do outro em construir uma vida juntos.

Ser feliz é ter o verdadeiro AMOR como complemento e não paixões desenfreadas e avassaladoras, que te levam a cometer loucuras, mais que tem um prazo de validade. Passou o calor, o desejo físico, sobram as decepções, as mágoas, os desencantos. E, por fim, o sentimento de culpa por ter destruído sua vida, perdido seu tempo por suas atitudes.

Para quem procura a felicidade, deve-se analisar a vida sempre pela razão. A dica para quem está vivendo esse tipo de relacionamento é esperar o sentimento certo, ser independente e viver com quem possa e queira realmente te fazer feliz. Isto é, com quem te ama de verdade e é capaz de encarar o mundo por vocês.