13 de junho de 2011

CÂNCER DO INTESTINO

As células são pequenas unidades que compõem o tecido. Algumas tem um ciclo de vida determinado e são substituídas por outras continuamente durante a vida. Algumas vezes estas células ficam doentes e começam a se multiplicar de maneira desordenada. Quando as células além do aumento anormal em número, perdem sua identidade e função temos o chamado tumor maligno. Ou seja, o câncer. Dentre inúmeros tipos de câncer vamos saber um pouco mais sobre o câncer de intestino.
O câncer do intestino, encontra-se entre os dez primeiros tipos de câncer mais incidentes no Brasil, tanto nos homens como nas mulheres.
Ao observar a história natural do câncer do intestino, verifica-se que esta propicia a condições ideais à sua prevenção e detecção precoce, pois, na maioria das vezes evoluem a partir de lesões benignas, os pólipos adenomatosos, e após um período de 10 a 15 anos.
A incidência e mortalidade por esse tipo de câncer têm apresentado, no mundo todo, uma tendência ao crescimento, em especial em países desenvolvidos e áreas urbanas de países menos desenvolvidos. No Brasil, esse tipo de neoplasias vêm ganhando cada vez mais importância no perfil de morbidade e mortalidade
O nosso intestino grosso é a sede mais freqüente de neoplasias primárias no corpo. Estas podem ter caráter benigno, os adenomas, ou maligno, os carcinomas. Os adenocarcinomas representam a quase totalidade dos cânceres colorretais.
Os fatores envolvidos são múltiplos no seu aparecimento, entre eles os fatores genéticos (hereditários).
Acredita-se que agentes cancerígenos físicos, químicos e biológicos, principalmente ambientais e dietéticos, provoquem mutações genéticas específicas no ácido desoxirribonucléico (ADN) nuclear das células do epitélio intestinal, produzindo mutações e outras alterações do material genético.
As alterações celulares que são resultadas da exposição da mucosa intestinal aos agentes cancerígenos, se manifestam no início por lesões inflamatórias.
Portanto, sendo esta agressão intensa e prolongada, com certeza, levará ao desenvolvimento de displasias.
Estas podem evoluir desde um grau leve até intenso e, finalmente, para o carcinoma in situ. Isto é, lesões em que células displásicas ocupam a espessura do epitélio sem romper a membrana basal.
A grande maioria, dos cânceres do intestino grosso, provêm de displasia epitelial acentuada, acrescida de alterações na diferenciação, crescimento e proliferação celular, que determinam a formação do adenoma (pólipo adenomatoso) e, em seguida o adenocarcinoma.
O adenoma ou pólipo adenomatoso tem papel fundamental no desenvolvimento do câncer, sendo reconhecida como sua única lesão precursora. O pólipo é um crescimento anormal dentro do intestino que se projeta em sua luz (interior do intestino). Os pólipos que continuam acumulando novas células e crescendo recebem o nome de neoplásicos. Quando de origem epitelial, são chamados de adenomas. No inicio são muito pequenos apenas alguns milímetros, podendo crescer e atingir vários centímetros. São classificados como polipóides, planos, pediculados ou sésseis. Os fatores implicados no seu aparecimento e crescimento são os mesmos que os do câncer. A maioria vão crescendo de forma lenta, e se mantendo benignos por períodos longos, antes de se transformarem em câncer.
Especialistas revelam que levam mais de dez anos. Contudo, quando um pólipo é ressecado isto significa que um câncer em potencial.
São considerados fatores de risco:
Idade superior a 60 anos;
Parentes de primeiro grau com câncer do intestino;
Síndromes genéticas;
Doença inflamatória crônica do intestino como colite ulcerativa ou doença de Crohn;
Consumo excessivo de bebidas alcoólicas e gordura animal;
Tabagismo;
Obesidade.
Estima-se que, em até 75% dos casos, o câncer de intestino possa ser classificado como esporádico, isto é, de caráter não familiar e resultante da ação cumulativa de agentes carcinógenos mais ou menos conhecidos sobre a mucosa intestinal.
Entre os fatores relacionados, encontram-se, principalmente, a idade sendo diagnosticado após 60 anos e dietas pobres em frutas, verduras e legumes e, principalmente dietas ricas em gordura animal. Inclusive, esse fator pode ser responsável por 66 a 75% dos casos de câncer de cólon e reto.
Alimentos como carnes vermelhas pode aumentar o risco de desenvolvimento do câncer de intestino. Vários mecanismos têm sido propostos para explicar essa associação, como a presença de ácidos graxos específicos contidos nesses alimentos e a de substâncias formadas durante o preparo das carnes em altas temperaturas, como as aminas e os hidrocarbonetos aromáticos. Outros estudos, por sua vez, têm proposto que altas concentrações de ferro na carne vermelha, poderiam ser a causa do maior risco para o desenvolvimento deste câncer, uma vez que este mineral está envolvido na síntese de radicais hidroxila, que podem causar danos às células do intestino.
A dieta a base e legumes, verduras, frutas, carotenóides e fibras aliados a uma boa atividade física é muito bem recomendado pelos médicos. Eles afirmam que esse tipo de prática, funciona como proteção no desenvolvimento do câncer de intestino. Esse efeito pode ser justificado pelo alto teor de nutrientes e outras substâncias que podem inibir a formação de carcinógenos, agir como substratos para a produção de anticarcinógenos, reduzir a capacidade de proliferação de células e agir como antioxidantes.
O alto consumo desses alimentos pode ainda aumentar o bolo fecal e diminuir o tempo de trânsito intestinal e assim, minimizar o contato entre a mucosa e substâncias potencialmente carcinogênicas.
A falta de atividade física também é um fator bastante citado por especialistas como associado ao risco de desenvolvimento do câncer do intestino. Sua prática regular pode diminuir o risco de doença em até 50%.
Algumas hipóteses sustentam ainda que, a atividade física poderia alterar os níveis de prostaglandinas, melhorar o sistema imunológico e modificar o metabolismo dos ácidos biliares.
O consumo de alimentos e multivitamínicos que contêm folato, pode contribuir para reduzir o risco de câncer de intestino, uma vez que a sua deficiência pode levar a anormalidades na síntese ou reparo do DNA.
Estudos mostram que, o risco no desenvolvimento do câncer do intestino, pode ser duas vezes maior em indivíduos que consomem bebidas alcoólicas em excesso. A exposição ao fumo também pode aumentar o risco de desenvolver a doença, principalmente em caso de consumo por longos períodos de tempo.
A obesidade também parece aumentar o risco de desenvolvimento de pólipos adenomatosos e a progressão dos mesmos para malignidade. O acúmulo de grande quantidade de gordura abdominal parece estar associado mais fortemente a esse risco.
Finalmente, é importante reconhecer que medidas dietéticas e comportamentais podem ter influência direta na diminuição do risco para o desenvolvimento do câncer colorretal. A adoção de hábitos saudáveis de vida, evitando o cigarro e o álcool, pode causar grande impacto na redução da incidência desta doença com benefícios pessoais, sociais e econômicos.
As evidências para o câncer de intestino são apontadas com o rastreamento feito através da pesquisa de sangue oculto nas fezes a partir dos 50 anos de idade.
Essa pesquisa de sangue oculto nas fezes, pode ser realizada por vários métodos. Sendo o método de colheita das fezes em papel impregnado com guáiaco um dos mais utilizados e testado em diferentes ensaios clínicos. O paciente recebe o envelope e as instruções para a colheita de fezes.
Não é aconselhável o consumo de carnes por três dias antes do início da colheita de fezes. O resultado é positivo quando há aparecimento de coloração azul no papel de filtro impregnado com resina de guáiaco contendo a amostra de fezes, após colocação do reagente. A mudança de cor é resultante da oxidação do guáiaco.
A pesquisa de sangue oculto nas fezes é confiável para a detecção de sangramento e não para diagnóstico de câncer de imediato. Servirá apenas para uma maior investigação do caso. Isto é, a pesquisa trata-se de um exame preliminar. Por isso, é importante a associação do toque retal e da retossigmoidoscopia.
Temos também a Colonoscopia, que é um exame reservado a pacientes com pesquisa de sangue oculto nas fezes positiva e a origem do sangramento não foi detectada pelo toque retal ou retossigmoidoscopia e para a população de risco moderado ou alto de desenvolvimento para a doença.
A colonoscopia permite examinar todo o cólon em mais de 90% dos pacientes, além de possibilitar a realização do diagnóstico e do tratamento em uma única sessão.
O câncer do intestino pode evoluir de forma significativa sem o surgimento de sintomas, ou com sintomas pouco específicos ou perceptíveis aos doentes ou profissionais de saúde.
A falta de orientação da população para importância do exame proctológico, as deficiências dos sistemas de saúde e o excesso de pudor, ou até preconceito, dos pacientes com relação aos exames utilizados na investigação de doenças do intestino grosso, dificulta e muito, o diagnóstico, que é o passo essencial para buscar a cura.
As etapas fundamentais do diagnóstico são:
Anamnese, que é a história clínica do paciente, que irá fazer com que o especialista fique sabendo de detalhes importantes como hábitos alimentares, sedentarismo, alterações do hábito intestinal, fraqueza, diarréia, constipação, sangramento vivo, perda de muco, e outros que são decorrentes de câncer.
Hemorróides, fissura anal ou retites inflamatórias, também fazem parte da anamnese. O interrogatório sobre antecedentes pessoais e familiares, para saber se há referências ou não de câncer, pólipos ou doenças inflamatórias intestinais.
Após essa minuciosa anamnese, segue com o exame físico geral e coloproctológico.
O exame proctológico inclui basicamente a inspeção do ânus e região anorretoperineal, toque retal e a retossigmoidoscopia, com realização de biópsia, se necessário.
Apesar do desconforto, o toque retal é um exame de extrema importância, pois permite detectar 50% dos tumores situados no reto e canal anal.
Já a retossigmoidoscopia, é um exame simples e indolor que pode ser realizado em ambulatório. Com este exame, é permitido a visão da mucosa do reto, observando dessa forma, a coloração, presença de edema, de lesões, e também a colheita de qualquer tipo de secreções e lesões suspeitas.
A colonoscopia, é o exame com maior sensibilidade e especificidade para detecção de lesões inflamatórias, neoplásicas e outras.
Sua indicação é para complementar achados radiológicos duvidosos e permitir realização de biópsias em lesões que a retossigmoidoscopia não alcançou. Esse exame dura em média 15 a 30 minutos e pode ser feito em ambulatório.
A biópsia, é a retirada de um pequeno fragmento do tecido que se deseja determinar a natureza, com posterior análise minuciosa por patologista.
O procedimento é muito desconfortável é verdade. Porém, devemos pensar na cura do problema em primeiro lugar. O desconforto passa e é muito pequeno diante de tal possibilidade.
A colonoscopia virtual é um método de utilização mais recente, que tem a vantagem de ser mais rápido e não requerer sedação, mas seus resultados ainda não foram suficientemente comprovados.
A ultrassonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética são exames cuja utilidade se volta mais para estudo do estágio da doença, ou seja, do seu grau de evolução.
O câncer do intestino é uma doença tratável e freqüentemente curável, sendo a cirurgia o seu tratamento primário.
O tratamento depende, principalmente, do tamanho, localização e extensão do tumor e da saúde geral do paciente. Geralmente, o tratamento exige uma equipe formada por especialistas, um gastroenterologista, um cirurgião, um oncologista clínico e um oncologista radioterapeuta.
Vários tipos de tratamentos são utilizados, sendo que algumas vezes, há a combinação de uma ou mais formas.
Quanto a cirurgia, consiste na retirada do tumor juntamente com parte do cólon ou reto e os linfonodos adjacentes. Os melhores resultados e a possibilidade de cura estão relacionados a radicalidade, removendo linfonodos, ligaduras vasculares, margens cirúrgicas, e órgãos ou estruturas vizinhas à lesão aderidas ao tumor.
Em tumores da porção baixa do reto muitas vezes é necessária a realização de uma colostomia seja ela temporária ou permanente.
A Colostomia, é um procedimento cirúrgico de exteriorização do cólon na parede abdominal fornecendo um novo trajeto para a saída do material fecal. Isto é, um ânus artificial. Após uma colostomia, o paciente utiliza uma bolsa especial para a coleta do material fecal. Alguns pacientes necessitam de uma colostomia temporária para permitir a cicatrização após a realização da cirurgia.
Um tratamento cirúrgico é considerado curativo quando promove a remoção completa do tumor primário, órgãos e estruturas localmente comprometidas e de metástases identificadas.
É considerado tratamento paliativo quando tem por finalidade o alivio ou redução de sintomas em pacientes que não tenham condições de cura em conseqüência de invasão de estruturas vitais pelo tumor.
Quimioterapia (QT) é o uso de drogas anticâncer para destruir as células tumorais. A quimioterapia pode ser administrada para destruir qualquer célula cancerosa que possa ter permanecido no organismo após a cirurgia, para controlar o crescimento tumoral ou para aliviar os sintomas da doença. A quimioterapia é uma terapia sistêmica, o que significa que as drogas entram na circulação sangüínea e percorrem todo o organismo. É administrada por injeção direta na veia ou através de um cateter. Recentemente, algumas drogas anticâncer têm sido administradas oralmente sob forma de comprimidos.
Terapia por radiação ou radioterapia (RT), envolve o uso de raios-X de alta energia para destruir as células cancerosas. A radioterapia tem ação local, atingindo as células cancerosas localizadas apenas nas regiões que estão sendo tratadas.
Polipose Adenomatosa Familiar é responsável por 1% dos casos de câncer do intestino e caracterizada pela presença de mais de 100 pólipos adenomatosos no intestino grosso, e é uma doença hereditária. É transmitida sem preferência por sexo, e cada filho de um casal com um dos pais com a doença tem 50% de possibilidade de ter a doença.
Os pólipos podem aparecer na puberdade e causar sintomas entre a terceira e quarta décadas de vida. A transformação maligna ocorre em média a partir dos 35 anos de idade.
As manifestações clínicas associadas à doença são: pólipos no trato gastrointestinal, lesões pigmentadas de retina, cistos sebáceos, e outros.
As doenças inflamatórias intestinais são responsáveis por aproximadamente 1% de todas as causas de câncer do intestino, mas dada a sua conhecida predisposição, representam motivo de preocupação para os acometidos pela doença inflamatória e para seus médicos.
Portanto, podemos dizer que, a prevenção de câncer de intestino pede exames e boa alimentação. O suporte emocional é extremamente importante para promover melhor qualidade de vida dos doentes.
 Não esqueçam que a doença, começa sempre como uma lesão benigna, que vai evoluindo lentamente até transformar-se num tumor maligno.
Principalmente nas mulheres, que tem o intestino preguiçoso e se alimentação irregular. Também aquelas que não costumam beber bastante água. Além disso, não usam qualquer banheiro e muitas vezes, têm vontade de ir ao banheiro e deixam para depois. Dessa forma, acabam perdendo o mecanismo reflexo de ir ao banheiro. O intestino acaba se acostumando.
Conclui-se assim, que, uma boa alimentação, exercícios físicos e exames periódicos é a melhor forma de prevenir a doença.
E não esqueçam, esse artigo é só uma forma de informar um pouco sobre o assunto. Tire todas as suas dúvidas com um bom especialista. Espero ter ajudado e que este tenha servido de alerta para todos aqueles que passam por meu espaço e tiram proveito dele. Até a próxima.

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Material utilizado: Falando sobre câncer do intestino. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer.

Um comentário:

Tia keila disse...

É muito bom visitar seu blog e ficar atualizada
sempre que dá eu dou uma passadinha, e queria sugerir que vc postasse um tema que ainda ta muito sem divulgação, to passando por isso e ando pesquisando muito, é sobre "adoçao e os direitos da mãe adotante," infelizmente ainda tem pessoas que não tem conghecimento da lei que garante esses direitos e querem negar não sabem eles o tamanho da importância do fortalecimento desse vinculo principalmente quando adotamos crianças maiores de 1 ano.
bjosssssssssssss
e sucesso seu blog é um arrazo

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Bjussss Rosélia Santos.