5 de setembro de 2011

CANCÊR COLORRETAL: Novo tratamento chega ao Brasil

Já está disponível no Brasil um novo tratamento para pacientes com câncer colorretal – que atinge o intestino grosso e o reto – avançado. O panitumumabe é um anticorpo que age sobre o receptor de fator de crescimento epidérmico (EGFR, na sigla em inglês), que é uma proteína relacionada ao desenvolvimento do câncer.
O tratamento é feito com anticorpos monoclonais – idênticos, gerados a partir de uma única célula com o intuito de atingir um alvo determinado. Os anticorpos são produzidos por camundongos transgênicos, que foram alterados para criar anticorpos próprios para humanos.
O panitumumabe é o primeiro anticorpo com material 100% humano a ser criado. É uma evolução de outros medicamentos que já existiam, como o cetuximabe. Segundo o oncologista Ricardo Caponero, há casos em que o organismo do paciente estranha essas proteínas animais e cria anticorpos para combatê-los, o que atrapalha o tratamento. “A grande vantagem do panitumumabe é que o corpo reage muito menos contra o remédio”, disse o médico.
O tratamento pode ser usado apenas nas pessoas que não tem nenhuma mutação num gene chamado KRAS (lê-se “carrás”). Isso significa que menos da metade dos pacientes pode se beneficiar com o remédio.
Não é uma cura. Inicialmente, a ideia é usar a substância nos casos em que a quimioterapia já foi usada e não surtiu o efeito esperado. Segundo os números apresentados pela farmacêutica Amgen, responsável pelo medicamento, os pacientes ganham em média cinco semanas de sobrevida.
Segundo Caponero, como se trata de câncer num estágio muito avançado, a cura não é o objetivo. “Nessa fase da doença, as respostas completas são muito raras. A gente consegue prolongar o tempo de evolução, mas não consegue curar os pacientes mais”, disse o médico. Ele afirmou que os pacientes podem ficar em casa, indo ao hospital apenas para tomar a medicação, o que melhora a qualidade de vida. “Acrescenta não só tempo à vida, mas também vida ao tempo”, afirmou.
“Todo passo é um passo”. Mas nada impede que o panitumumabe seja usado em conjunto com a quimioterapia. É assim que Daniel Herchenhorn, chefe do serviço de oncologia clínica do Inca, optou por usar o tratamento. Segundo ele, esse tipo de anticorpos aumenta a chance de sucesso do tratamento tradicional.
Toda novidade é um avanço”, disse Herchenhorn. “Os ganhos de sobrevida em quase todos os tumores avançados são sempre em torno de meses”, continuou, referindo-se aos efeitos dos avanços da ciência. “Daqui a 10 anos, os resultados podem ser mais significativos”.
Além disso, o oncologista lembrou que os cálculos são feitos na média. Isso quer dizer que há casos de pessoas que não respondem ao tratamento e morrem, mas que outros pacientes conseguem grandes benefícios na sobrevida.
Cada ampola com 100 mg do panitumumabe custa R$ 1.183. A cada infusão, o paciente deve receber 6 mg por kg de seu peso; ou seja, uma pessoa de 60 kg deve receber uma dose de 360 mg. O medicamento deve ser aplicado a cada duas semanas.
Infelizmente, não há previsão de que o panitumumabe chegue ao Sistema Único de Saúde (SUS), mas os planos de saúde devem fornecê-lo quando necessário.

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/

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