Em Cabul, a jovem afegã Gulnaz, que foi estuprada pelo marido de uma prima, acabou condenada a 12 anos de prisão por adultério. Nesta quinta-feira, ela ganhou o indulto do presidente Hamid Karzai. Como parte do acordo e para ter a filha legitimada, Gulnaz terá, no entanto, que se casar com o agressor, em linha com a estrita interpretação da sharia (lei islâmica) que vigora no Afeganistão.
Durante o estupro, Gulnaz engravidou e teve uma menina já na prisão.
Como o agressor era casado na época, ela foi condenada pelo crime de adultério. Ele recebeu como pena os mesmos 12 anos de prisão da vítima, mas depois teve a sentença reduzida para sete anos.
Depois que o caso se tornou internacionalmente conhecido, a pena de Gulnaz caiu para três anos.
A jovem já havia dito que aceitaria se casar com o agressor por causa da filha. No Afeganistão, as mulheres que passam pela mesma situação de Gulnaz são consideradas desonradas e não raro acabam vítimas de assassinatos de honra, muitas vezes cometidos por seus próprios familiares.
A advogada de Gulnaz, Kimberley Motley, disse à rede britânica BBC que ainda tem esperanças de que o governo deixe sua cliente escolher com quem se casará.
Gulnaz e outras afegãs foram personagens de um documentário encomendado pela União Europeia sobre a situação das mulheres no Afeganistão. O filme acabou cancelado pelo próprio bloco europeu temendo que as presas, que aparecem com a cara descoberta, fossem alvo de represálias.
O Globo
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