8 de dezembro de 2012

TROCA DE SENTIMENTOS

 
Tuas raízes já não tem mais nada nos seios
Tuas folhas foram embora levadas pela ventania
Teus galhos estão secos, solitários...
Nada mais atende aos teus anseios


Tuas irmãs te olham ao longe
Ao mesmo tempo com a mesma agonia
O vento do teu nordeste é forte
Arrasta consigo o que não mais tem serventia

 
Porque o homem não te levou?
Não usou o mesmo machado?
Te deixou morrendo aos poucos
Sofrendo nesse descampado

 
Hoje te vejo gritar
Inerte pedindo clemência
E o homem que ai te deixou
Já perdeu sua decência

 
Hoje passando por ti
O transporte cortando a estrada
Vou deixando-te para traz
E sigo minha jornada

 
Já não consigo chorar
E essa dor que não passa
A mim... humana revolta
Em saber que tenho culpa
De toda essa desgraça

 
Cinzento é o teu lar
A fedentina que gira
Em torno de tí... árvore minha
Que ora é o que respira
 

Como posso ficar inerte
Diante de tanto fracasso
Ver cemitério metro a metro
Estrada afora tanto descaso

 
Animais mortos de fome
Os que ainda respiram não andam
Amarrados de cordas por baixo
Pois se soltos, desandam 

 
É a água que não tem
O respeito também não há
Por parte dos governantes
Que só lembra de nordestino
Somente para ele votar

 
Sol a pino vou seguindo
Choro choro e sofro
Com tudo isso que vejo
Acorda Brasil... Acorda meu povo.
Está na hora de acordar...

Rosélia Santos

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