Um aluno com
déficit de atenção do quinto ano da Escola Municipal Professor Augusto Cony, na
Taquara, Zona Oeste do Rio, fazia seus exercícios de matemática em casa quando
erros na apostila chamaram a atenção do seu primo mais velho, Rodrigo de
Alencar, de 26 anos, que o ajudava nas tarefas. Na página 11, da MP5 do 2º
bimestre - como o material didático é nomeado - uma tabela com estados da
Região Nordeste ensina que Belém é a capital de Pernambuco, que Manaus é a
capital da Paraíba e que este estado é representado pela sigla PA, em vez de
PB.
A mãe da criança,
Silvia Alencar, de 43 anos, afirma que esta não é a primeira vez que o material
didático distribuído pela Prefeitura possui problemas de informação e
editoração. “Os erros são constantes”. No ano passado, a professora chegou a
pedir para os alunos apagarem palavras da apostila com liquid paper ou então
para pularem a matéria. “Sei que não é um problema da escola, que tem
professores muito competentes. O problema é que o governo não está nem aí para
nada. Não existe filho de nenhum deles [governantes] estudando no Brasil. Vão
para o exterior estudar e voltam para sacanear o povo”, reclama indignada.
A mesma apostila
possui erros de padronização dos numerais que dificultam o aprendizado da
disciplina. Em uma mesma página, o número “75.468” é dividido por ponto e o
número “8400”, não.
“Para um aluno que
está aprendendo, faz diferença um número ter ponto e o outro não. Como ele vai
entender a diferença entre as casas decimais?”, questiona a mãe da criança.
Rodrigo de Alencar
ressalta a queda na qualidade do material escolar do período em que estudou em
uma escola municipal - de 1995 a 2000 - para os dias atuais. “Eu estudei com
livros que tinham impressão colorida. Agora o governo oferece uma apostila
impressa em preto e branco, em um papel de baixa qualidade e com erros absurdos
de informação”.
Procurada pelo G1, a secretaria municipal de Educação
disse que os erros no Caderno Pedagógico de Matemática do 5° ano do 2° Bimestre
foram identificados e a errata foi encaminhada para todas as escolas da rede na
sexta-feira (11). A secretaria informou ainda que, quando erros são
identificados, a determinação dada aos professores é para que os mesmos
orientem os seus alunos para que façam as alterações necessárias.
Fonte: g1.globo.com
Isabela Marinho
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