O órgão regulador da indústria farmacêutica nos
Estados Unidos aprovou o primeiro remédio não hormonal para tratar dos males da
menopausa, oferecendo uma nova alternativa de tratamento para milhões de
mulheres.
Os incômodos da menopausa afetam 70% da população
feminina durante o período do climatério e levam a uma queda da significativa
da qualidade de vida, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Os incômodos femininos da menopausa se caracterizam
pela sensação de calor no rosto, corpo e seios. O novo medicamento poderá estar
no mercado até novembro, informou a empresa farmacêutica Noven, que desenvolveu
o fármaco, segundo reportagem do jornal espanhol El País.
O medicamento desenvolvido pela Noven será
comercializado com o nome Brisdellee. Ele contém doses baixas de um
antidepressivo composto de paroxetina - inibidor seletivo da serotonina
(neurotransmissores encontrados em várias regiões do sistema nervoso central
que têm relação direta com o estado de ânimo).
“Existe um número significativo de mulheres que
sofrem incômodos durante a menopausa e que não podem tomar hormônios ou não
querem tomar remédios que contenham hormônio”, disse por meio de comunicado o
médico Hylton Joffe, diretor da área de reprodução e urologia da Food and
Drug Administration, a agência americana que regula o mercado de remédios e
alimentos.
Idade. A menopausa é uma mudança
natural na vida das mulheres após a perda da menstruação, o que ocorre
geralmente entre os 45 e os 55 anos.
A principal consequência é que o corpo da mulher
começa a segregar menos estrógeno e progesterona - dois hormônios que tem
relação com o processo reprodutivo.
Até hoje, os medicamentos aprovados pela FDA
continham estrógenos ou uma combinação de estrógenos e progesterona.
Antigamente a terapia hormonal básica consistia em reposição dos hormônios que
o corpo deixava de produzir.
Esse tipo de tratamento começou a cair em desuso
nos Estados Unidos em 2002, quando uma grande quantidade de estudos mostraram
aumento do risco de doenças do coração e câncer de mama. Muitas mulheres
passaram então a buscar alternativas em terapias naturais.
A decisão do FDA foi considerado uma surpresa por
especialistas depois que um comitê da agência considerou, em março deste ano,
por dez votos a quatro, que esse tipo de medicamentos não eram suficientemente
efetivos.
Apesar desse resultado, a FDA não se deixou levar
pela decisão dos seus especialistas, algo raro quando a votação é tão negativa.
A FDA apontou que era necessário encontrar um tratamento sem hormônios, mas
considerou que o Brisdelle é minimamente eficaz.
A FDA não detalhou sua decisão, mas avaliou sua
aprovação com base em estudos que concluíram que as mulheres que haviam tomado
o medicamento sofreram menos incômodos do que aquelas que foram submetidas ao
tratamento com placebo - substância inerte do ponto de vista farmacológico
utilizadas em pesquisas.
Foram feitas duas pesquisas com 1.175 mulheres que
sofriam de incômodos moderados e graves sete a oito vezes por dia ou 50 a 60
vezes por semana.
O período de tratamento foi de 12 semanas em um dos
estudos e de 24 semanas em outro. As mulheres que tomaram o medicamento tiveram
em média seis episódios de incômodos a menos enquanto as que receberam placebo
tiveram quatro e menos do que o que tinham anteriormente.
Os efeitos secundários mais comuns do remédio
incluem dores de cabeça, fadiga, náuseas, vômito, aumento do risco de
hemorragia e possível redução da eficácia do tratamento com tamoxifeno para o
câncer de mama, quando os dois medicamentos são usados de forma conjunta.
Fonte: estadao.com.br
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