Um estudo conduzido por cientistas americanos
apontou que os cérebros de homens e mulheres têm conexões diferentes, o que
poderia explicar por que um sexo desempenha determinadas tarefas melhor do que
o outro.
Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia
realizaram tomografias de cérebros de aproximadamente 1 mil homens, mulheres,
meninos e meninas e constataram diferenças marcantes entre eles.
Os cérebros dos homens, por exemplo, têm conexões
de frente para trás, com poucas entre os dois hemisférios. Já nas mulheres,
mais conexões se cruzam da esquerda para a direita.
Essas diferenças podem explicar por que os homens,
em geral, tendem a ter mais facilidade para aprender ou fazer uma única tarefa,
como andar de bicicleta e se localizar, enquanto as mulheres são mais aptas a
realizar múltiplas tarefas, afirmaram os pesquisadores.
O estudo foi divulgado na publicação científica
Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Os mesmos voluntários foram submetidos a realizar
uma série de testes cognitivos, e os resultados aparentam embasar essa teoria.
As mulheres obtiveram maior pontuação em atenção,
memória facial e de palavras e cognição social. Já os homens tiveram melhor
desempenho em velocidade do processamento espacial e sensório-motor.
O pesquisador Ruben Gur, que integrou o grupo
responsável pelo estudo, afirmou: “É surpreendente como os cérebros das
mulheres e dos homens podem ser complementares”.
“Os mapas detalhados do cérebro não só nos ajudarão
a melhor entender as diferenças entre como os homens e as mulheres pensam, mas
também nos dará maior compreensão sobre as origens dos transtornos
neurológicos, que normalmente têm estreita ligação com o sexo”.
Mas especialistas argumentam que pode não ser tão
simples e dizem que é um “salto muito grande” tentar explicar variações de
comportamento entre os sexos a partir de diferenças anatômicas. Além disso,
dizem que as conexões cerebrais não permanecem fixas.
“Sabemos que não existe algo como ‘conexão
permanente’ quando se trata do cérebro. As conexões podem mudar durante a vida,
em resposta à experiência e ao aprendizado”, diz a professora Heidi
Johansen-Berg, especialista britânica em neurociência da Universidade de
Oxford.
Segundo ela, o cérebro é um órgão muito complexo
para que seja possível fazer generalizações abrangentes.
“Com frequência, abordagens matemáticas
sofisticadas são usadas para analisar e descrever essas redes cerebrais. Esses
métodos podem ser úteis para identificar diferenças entre grupos, mas é
complicado interpretar essas diferenças em termos biológicos”, afirma Heidi
Johansen-Berg.
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Bjussss Rosélia Santos.