13 de maio de 2012

A SECA QUE ESMAGA O POVO NORDESTINO






Considerada a pior dos últimos 50 anos em alguns estados do Nordeste, a seca está provocando um confronto que só se imaginaria no futuro: a guerra pela água.

NO MARANHÃO, a seca castiga mais de um milhão de pessoas, agricultores que perderam as lavouras estão sem ter o que comer. Não há pastagem e o gado está morrendo de sede e fome. O sertanejo revira a lama nos açudes em busca de peixe para matar a fome no semiárido maranhense. O agricultor Francisco Luís vive no município de Vargem Grande, no Maranhão, e por causa da seca não conseguiu plantar. Agora, ele tenta encontrar alimento pescando o que sobrou dos açudes. Na região, já não chove há tanto tempo que a pastagem simplesmente desapareceu. Os animais acabam perdendo peso por causa da fome e da sede.

NO PIAUÍ, 152 municípios do semiárido, onde vivem 750 mil pessoas, estão sofrendo. No estado, um caminhão-pipa de até 15 mil litros de água não sai por menos de R$ 120 e as perdas das lavouras de milho, feijão e mandioca foram de 100% - contabilizou o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Evandro Luz. A população padece de sede. Muita gente está há 40 dias sem água porque não tem dinheiro para comprar. Plantações inteiras foram perdidas afirmou Luz. Os presidentes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais pediram à Central Nacional de Abastecimento cestas básicas para as famílias enfrentarem a fome. No estado, não há chuva forte desde julho. Por falta de alimentos, pequenos criadores estão soltando o gado para que os animais procurem água e pasto. "Vivemos a maior seca de nossa história" disse Wilson Martins, governador do Piauí, que em abril participou da reunião com a presidente Dilma Rousseff, que liberou R$2,7 bilhões para minorar os efeitos da estiagem e anunciou a Bolsa Seca de R$400. Segundo a Fetag, os recursos ainda não chegaram.

NO CEARÁ, registra queda de 50% no volume de chuva. comerciantes do campo precisam vender fiado. Agricultores de Milhã e Quixeramobim sofrem com estiagem. A refeição do dia da família do trabalhador rural Francisco Soares é uma panela com arroz e um pouco de fava. Depois que ele, a mulher e os três filhos se alimentam, o que sobra é dividido entre os animais. Essa realidade é encontrada no município de Milhã, no sertão central do Ceará. O agricultor Soares conta que, com a falta de chuva, a família não plantou nada neste ano e, por isso, a comida precisa ser comprada a crédito. Enquanto fazem o que podem para comer, a família do trabalhador rural se preocupa com a água. “Não choveu, a água que a gente bebe é do açude. O povo banha cavalo dentro. Às vezes, tem até micróbio nela e a gente não sabe”, conta a mulher de Soares. “Ave Maria, se não chover, não aguenta muito tempo não”, complementa o companheiro. No primeiro trimestre de 2012, o Ceará registra uma queda de 50% no volume de chuva em relação à média histórica do estado, de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Por conta das chuvas irregulares, ocorre no Ceará o fenômeno conhecido como "seca verde", quando chove o suficiente para deixar a vegetação verde mas insuficiente para render uma boa safra. O cenário das casas de taipa, água e comida escassas visto no Ceará é praticamente o mesmo narrado pela escritora Rachel de Queiroz no romance 'O Quinze', clássico da literatura sobre a seca de 1915, há 97 anos. Vender a crédito é uma das alternativas dos comerciantes da região para minimizar a queda nas vendas causadas pela renda mais baixa no campo. Com a seca, famílias, como a do agricultor Francisco Soares, sobrevivem com a renda do Bolsa Família, que não chega a R$ 200 por mês. Em Quixeramobim, a 150 km de Milhã, a economia da cidade se baseia na indústria e no comércio. Em um dia de semana, uma das principais ruas do Centro do município não é visto quase nenhum cliente. Os paus de arara, caminhões que funcionam como transporte público para as pessoas que vivem em regiões mais afastadas, chegam em Quixeramobim com poucos passageiros. O estoque do comerciante Maurício Félix da Silva está parado. “Uma hora dessa eu estaria vendendo bem. Não tem ninguém dentro. Se eu tenho um crédito no banco, alguma coisa, dificulta até para a gente pagar também”, conta. Josefa Saraiva Silva, que trabalha no caixa, diz que escuta as histórias e lamentos dos poucos agricultores que ainda aparecem. “O sertanejo gosta muito de falar de chuva, que o inverno vai ser bom. Quando ele chega aqui (no comércio), o comentário é este: 'Cadê a chuva? Esse ano vai ser seca. Até agora, a gente já plantou e perdeu o que plantou' ”, lembra.

NO RIO GRANDE DO NORTE, milhares de pessoas sofrem com a estiagem. Em 139, dos 167 municípios do Rio Grande do Norte, em 2012 não choveu em quantidade suficiente para a plantação. “É tudo morrendo, minha filha, tudo secando, mulher, é uma tristeza, né?”, conta uma senhora. Muitos rios e barragens estão secos em Lajes, na região central. Faz dois anos que um açude não enche. Carros-pipa abastecem 72 comunidades rurais em todo o estado. Nas que ficam mais distantes e são de difícil acesso, a solução para enfrentar a seca está no subsolo, mas a água que a perfuratriz encontra, a 40 metros de profundidade, e chega à superfície puxada por bombas, é salgada demais. “As águas dessa região ficam em uma região de cristalino, geralmente, as águas são salobras porque elas ficam acumuladas na terra bastante tempo e termina pegando a salinidade das rochas”, explica a técnica da secretaria de Meio Ambiente, Dilma Lucas.

NA PARAÍBA, O governador Ricardo Coutinho decretou situação de emergência em 170 municípios atingidos pelos efeitos da seca no estado, nesta segunda-feira (7). O número corresponde a aproximadamente 76% das cidades paraibanas. Segundo a assessoria do Governo do Estado, o decreto vai ser publicado no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (8) e tem como objetivo agilizar a liberação de recursos federais nas áreas de abastecimento e apoio aos agricultores que perderam suas plantações. A medida teve como base pareceres da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa) e da Defesa Civil do Estado, que demonstram o baixo nível de chuvas na região do semiárido paraibano. Entre as grandes cidades que decretaram situação de emergência estão Campina Grande, Patos e Sousa. Ricardo Coutinho manifestou sua preocupação com os efeitos da seca na Paraíba, como a falta d’água para consumo humano e animal e prejuízos à agricultura e pecuária do Estado. Ele ressaltou que o governo, com apoio federal, tem contribuído com construção de cisternas, barreiros e sistemas simplificados d’água. “São mais de 2,6 milhões de paraibanos atingidos pela seca. Essa situação requer o máximo de esforços do Governo do Estado e prefeitos, para que consigamos reduzir os efeitos ocasionados pela escassez de chuvas para as pessoas, a agricultura e a pecuária. Alertei os prefeitos para a necessidade de decretarem situação de emergência, caso contrário, as pessoas não terão acesso a benefícios como o Bolsa Estiagem, o crédito agrícola ou a alimentação animal”, destacou. O decreto estabelece que a situação de emergência é válida apenas para áreas dos municípios comprovadamente afetados pela estiagem. Segundo o decreto, os órgãos de Sistema Nacional de Defesa Civil, sediados dentro e fora do território paraibano, ficam autorizados a prestar apoio suplementar aos municípios afetados pela seca mediante prévia articulação e integração com a Gerência Executiva Estadual de Defesa Civil.
Ainda segundo o decreto, ficam dispensados de licitação os contratos de aquisição de bens e serviços necessários às atividades de resposta ao desastre natural, como locação de máquinas e equipamentos, de prestação de serviços e obras relacionadas com a reabilitação do cenário atingido pela seca.

LISTA DE MUNICÍPIOS PARAIBANOS QUE DECRETARAM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA DEVIDO À SECA

1- Água Branca
2- Aguiar
3- Alcantil
4- Algodão de Jandaíra
5- Amparo
6- Aparecida
7- Arara
8- Araruna
9- Areia de Baraúnas
10- Areial
11- Aroeiras
12- Assunção
13- Bananeiras
14- Baraúna
15- Barra de Santa Rosa
16- Barra de Santana
17- Barra de São Miguel
18- Belém do Brejo do Cruz
19- Bernardino Batista
20- Boa Ventura
21- Boa Vista
22- Bom Jesus
23- Bom Sucesso
24- Bonito de Santa Fé
25- Boqueirão
26- Brejo do Cruz
27- Brejo dos Santos
28- Cabaceiras
29- Cochoeira dos Indios
30- Cacimba de Areia
31- Cacimba de Dentro
32- Cacimbas
33- Caiçara
34- Cajazeiras
35- Cajazeirinhas
36- Camalaú
37- Campina Grande
38- Caraúbas
39- Carrapateira
40- Casserengue
41- Catingueira
42- Catolé do Rocha
43- Caturité
44- Conceição
45- Condado
46- Congo
47- Coremas
48- Coxixola
49- Cubati
50- Cuité
51- Curral Velho
52- Damião
53- Desterro
54- Diamante
55- Dona Inês
56- Emas
57- Esperança
58- Fagundes
59- Frei Martinho
60- Gado Bravo
61- Gurjão
62- Ibiara
63- Igaracy
64- Imaculada
65- Ingá
66- Itabaina
67- Itaporanga
68- Itatuba
69- Jerico
70- Juazeirinho
71- Junco do Seridó
72- Jurú
73- Lagoa
74- Lagoa Seca
75- Lastro
76- Livramento
77- Logradouro
78- Mãe D'água
79- Malta
80- Manaíra
81- Marizópolis
82- Massaranduba
83- Mato Grosso
84- Maturéia
85- Mogeiro
86- Montadas
87- Monte Horebe
88- Monteiro
89- Natuba
90- Nazarezinho
91- Nova Floresta
92- Nova Olinda
93- Nova Palmeira
94- Olho 'd Água
95- Olivedos
96- Ouro Velho
97- Parari
98- Passagem
99- Patos
100- Paulista
101- Pedra Branca
102- Pedra Lavrada
103- Piancó
104- Picuí
105- Pocinhos
106- Poço Dantas
107- Poço de José de Monteiro
108- Pombal
109- Prata
110-Princesa Isabel
111- Puxinanã
112- Queimadas
113- Quixaba
114- Remígio
115- Riachão
116- Riachão Bacamarte
117- Riacho de Santo Antönio
118- Riacho dos Cavalos
119- Salgadinho
120- Salgado de São Felix
121- Santa Cecília
122- Santa Cruz
123- Santa Helena
124- Santa Inês
125- Santa Luzia
126- Santa Terezinha
127- Santana de Mangueira
128- Santana dos Garrotes
129- Santarém (Joca Claudino)
130- Santo André
131- São Bentinho
132- São Bento
133- São Domingos de Pombal
134- São Domingos do Cariri
135- São Francisco
136- São João do Cariri
137- São João Rio do Peixe
138- São João do Tigre
139- São José da Lagoa Tapada
140- São José de Caiana
141- São José de Espinharas
142- São José de Piranhas
143- São José de Princesa
144- São José do Bonfim
145- São José do Brejo do Cruz
146- São José do Sabugi
147- São José dos Cordeiros
148- São Mamede
149- São Sebastião de Lagoa de Roça
150- São Sebastião do umbuzeiro
151- São Vicente do Seridó
152- Serra Branca
153- Serra Grande
154- Solânea
155- Soledade
156- Sossego
157- Sousa
158- Sumé
159-Tacima
160- Taperoá
161- Tavares
162- Teixeira
163- Tenório
164- Triunfo
165- Uirauna
166- Umbuzeiro
167- Várzea
168- Vieirópolis
169- Vista Serrana
170- Zabelê



EM PERNAMBUCO, essa luta já começou com tiros, morte e exploração da miséria. Protestos desesperados são registrados não só lá, mas em várias regiões do semiárido, onde a estiagem já se alastra por 1.100 municípios. A população pede providências imediatas dos governos para amenizar os efeitos devastadores. A situação só não é pior já que as famílias contam com os programas sociais, como o Bolsa Família. Como observam agricultores, a preocupação no momento é maior com os animais, que estão morrendo de sede e fome, do que com as pessoas. Na beira das estradas que conduzem ao sertão, o verde não mais existe. Ao longo das BRs 232 e 110, em Pernambuco, carroças puxadas a jumentos magros tomam conta das margens em busca de água. Nos 100 quilômetros de extensão da PE 360, que liga os municípios sertanejos de Ibimirim e Floresta, há 28 pontilhões sob os quais os córregos corriam fortes. Hoje, estão todos secos. Até mesmo o leito do Riacho do Navio - que ganhou fama na voz do cantor Luiz Gonzaga - esturricou. Na última quinta-feira, bois magros tentavam em vão matar a sede e tudo que encontravam era uma poça de lama escura naquele conhecido afluente do rio Pajeú, 66 municípios do sertão e do agreste pernambucano estão em estado de emergência reconhecido. O quadro tende a se agravar já que a temporada de chuva está encerrada e os conflitos aumentam. Em Bodocó, no início do mês, o agricultor João Batista Cardoso foi cobrar abastecimento regular na sede local da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e acabou morto. João Batista se desentendeu com o chefe do escritório da estatal, José Laércio Menezes Angelim, que disparou o tiro e hoje está foragido.

“PIPEIROS” DISTRIBUEM ÁGUA EM TROCA DE VOTOS
Outra face cruel para as vítimas da seca é a exploração: se no passado eram os coronéis que manipulavam currais eleitorais distribuindo água, hoje as denúncias recaem sobre ‘pipeiros’, geralmente candidatos a vereador e seus cabos eleitorais, donos dos caminhões de água. A situação está tão grave que o governo decidiu rastrear todos os carros-pipa que circulam na caatinga. A Compesa começou a fazer operações para conter também o furto da água.

PREVISTA PARA DURAR TRÊS MESES, AS AÇÕES CONTAM ATÉ COM HELICÓPTERO.
Até a última quinta-feira, foram detectados treze pontos suspeitos, com registro de desvio para campos irrigados. A água roubada do estado também abastecia reservatórios para carregar pipas e até mesmo um tanque com 50 mil peixes em Ouricuri. Segundo a Compesa, a perseguição aos furtos é para garantir água a 200 mil famílias. - As barragens ficaram secas, o povo está com sede, mas o carro leva água para colher voto. Os donos dos caminhões ganham por dois lados: recebem do governo e o voto do povo. As pessoas prejudicadas não reclamam porque têm medo. Há culpa tanto do estado quanto do município - reclamou Francisco da Silva, sindicalista da região. De acordo com o secretário de Agricultura, Ranilson Ramos, há 800 pipas rodando a caatinga, para atender as famílias.

EM SERGIPE, municípios do Sertão convivem com a estiagem mais longa dos últimos 30 anos. A avaliação é do deputado federal Heleno Silva (PRB), que tem se mantido na região e se mostra preocupado com a situação dos habitantes, que já perderam a esperança de um inverno que dê para recuperar os prejuízos provocados pela seca. Heleno Silva esteve neste domingo (22) em Santa Rosa do Ermírio, povoado do município de Poço Redondo, que está em estado de emergência. Conversando com produtores rurais diz que ficou impressionado com a devastação provocada pela longa estiagem na região. Santa Rosa do Ermírio é um dos principais produtores de leite de Sergipe, que é vendido para fábricas de beneficiamento. A cidade já chegou a produzir 50 mil litros de leite por dia, mas com a estiagem houve uma queda significativa na produção o que causa preocupação aos produtores. A seca atinge os animais, que estão definhando com a falta de alimento e água para beber. Em várias comunidades, onde já foram instalados canos do Deso, mas há três meses as torneiras não jorram o líquido essencial para manter a sede e cozinhar os alimentos. Para se ter ideia, uma tarefa de palma – planta que resiste à estiagem duradoura – está custando em média de R$ 4 mil, isso quando se consegue encontrar alguém que queira vender, disse Heleno Silva. Para sustentar o gado, os produtores estão comprando até bagaço de cana, conhecido por “ração da morte”. Aproximadamente 30 por cento do rebanho já foram vendidos, o que causa maior preocupação à produção leiteira, que tem sido reduzida a tiragem diária. Segundo um morador da comunidade Salitrado, conhecido por Raimundo, se não chover nos próximos 30 dias, o rebanho bovino será reduzido ainda mais. Além disso, vai comprometer toda a bacia leiteira do sertão, que gera emprego e renda para o sertanejo: “nunca vi uma situação dessa nos meus 44 anos de vida aqui no sertão”, disse ele.

EM ALAGOAS, 13 municípios já decretaram estado de emergência, enquanto outros 20 também devem solicitar o auxílio de órgãos competentes, devido aos efeitos da estiagem. Segundo o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, Jorge Dantas, os agricultores já receberam as sementes para o trabalho de plantio e colheita. Porém, não há a possibilidade de se continuar com os projetos voltados à terra, em decorrência do período de estiagem. Em Olivença, por exemplo, o problema se estende já por oito anos.
E além da cultura do feijão e do milho, as atividades agropecuária e leiteira também sofrem com o problema, uma vez que o gado não dispõe de alimento necessário.
O governador Teotonio Vilela Filho assinou, quarta-feira (30), o decreto que institui o Comitê Integrado de Combata à Seca. O comitê vai coordenar e acompanhar ações que irão reduzir os efeitos da seca nos municípios que decretarem Situação de Emergência.

NA BAHIA, a seca é considerada a pior dos últimos 50 anos. A longa estiagem no estado já levou 234 dos 407 municípios baianos a decretar estado de emergência. O governo estadual já reconheceu a emergência em 220. A seca está devastando as lavouras baianas e afetando a pecuária. Os preços dispararam: o quilo do feijão, por exemplo, aumentou 40% este ano. Em Salvador já custa R$ 8. Em Salvador, além do sofrimento da população, a falta de chuva na Bahia causou efeito até mesmo na organização de “arraiás” de São João, festa tradicional do interior do estado e grande geradora de renda para os municípios. Muitas prefeituras estão cancelando os festejos ou reduzindo drasticamente a infraestrutura das festas. Prefeitos pisaram no freio depois que o Tribunal de Contas dos Municípios e o Ministério Público avisaram que vão acompanhar de perto as despesas nos municípios que decretaram emergência. No estado, a burocracia é um dos principais entraves para que o socorro chegue rápido aos municípios. A verba de R$ 10 milhões disponibilizada pela Ministério da Integração Nacional seria usada principalmente para contratação de carros-pipas. Mas para o dinheiro entrar no caixa das prefeituras, o ministério exige o Cartão Defesa Civil e apenas 5% das prefeituras baianas já providenciaram. Isso levou o secretário da Casa Civil, Rui Costa, a fechar um acordo com o ministério para que os recursos fossem repassados para a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional.

ATÉ O MOMENTO DESTA POSTAGEM APENAS CINCO PREFEITO DA PARAÍBA CANCELARAM AS FESTAS JUNINAS POR CAUSA DA SECA.

Maturéia - Corte de 30% no salário do prefeito, corte de gratificações, proibição do pagamento de férias, diárias, etc. Estas foram algumas das medidas adotadas pelo prefeito DANIEL DANTAS, de Maturéia, cidade localizada no Sertão da Paraíba, para poder conviver com os efeitos da seca. Daniel Dantas disse que também suspendeu a realização do Festival do Frio que estava previsto para ser realizado no próximo mês de junho, na cidade. "Não pode existir festa com sede e fome", explicou. O prefeito explicou que as medidas vão gerar uma economia em torno de R$ 300 mil, recursos que serão aplicados na contratação de mais carros-pipa para abastecer a população, além da ampliação do programa de distribuição de alimentos. As medidas não têm um prazo previsto para terminar. Daniel Dantas disse que elas serão adotadas até que a situação seja amenizada através do próprio clima, ou ainda pelo envio de recursos através do governo federal.

Ouro Velho - O prefeito de Ouro Velho, INÁCIO JÚNIOR, suspendeu a festa de São João do município. O cancelamento dos festejos juninos se deu por conta da seca que atinge todo o município e região. Ouro Velho decretou Estado de Emergência em razão da escassez de chuva. Agricultores já chegaram a vender mais de 60% do rebanho de bovinos, caprinos e ovinos. O prefeito Inácio Júnior justifica a decisão devido a necessidade da realização de ações para minimizar os efeitos da seca. “Ficam suspensas as festividades juninas ou qualquer atividade comemorativa promovida com recursos públicos municipais no âmbito de toda a Administração Pública Municipal durante o período em que o município se encontrar em situação de emergência”, diz o prefeito. “É uma festa importante, mas seria uma incoerência promover uma festa para comemorar diante desta seca que assombra a população. Lamentamos a situação, mas temos que administrar com responsabilidade”, pontuou o prefeito.
A festa do São João de Ouro Velho aconteceria nos dias 15, 16 e 17 de junho em praça pública e tinha como uma das atrações confirmadas o cantor Alcymar Monteiro.

Paulista - A Prefeitura de Paulista decidiu suspender a realização das festividades do São João Antecipado 2012. A decisão foi tomada devido ao estado de emergência em que se encontra o município ocasionado pela forte estiagem que atinge a região Nordeste e que se faz de forma muito grave na Paraíba e ainda mais forte no sertão do estado. O prefeito SEVERINO PEREIRA DANTAS já havia decretado a situação de emergência na sexta-feira (4) e, com a confirmação publicada no DOE na terça-feira (8), através de Decreto do Governador Ricardo Coutinho, ficou praticamente inviável a realização de festas patrocinadas com recursos públicos, pois o munícipio, assim como os demais atigidos pela seca, enfrentará em um período muito difícil e precisará economizar ao máximo para poder atender as necessidades que este tipo de situação propicia.

Caturité - Na sexta-feira (11), o prefeito de Caturité, JOSÉ GERVÁSIO DA CRUZ (ZÉ JOÃO), reuniu sua equipe de auxiliares e decidiu cancelar os festejos juninos no mês de junho. No último dia 2, o prefeito decretou situação de emergência através do Decreto 315/2012 que busca apoio do governo estadual e federal no combate à seca. O decreto justifica-se com a constatação da irregularidade das chuvas causando prejuízo nas culturas de subsistência, principalmente o milho e feijão, considerando ainda a necessidade de recursos do governo do estado e do governo federal. Diante das dificuldades enfrentadas o prefeito preferiu reverter os investimentos do São João em abastecimento de água através de carro pipa, perfuração e limpeza de poços artesianos e transporte de bagaço de cana de açúcar para os criadores do município.

Teixeira - O prefeito de Teixeira, WENCESLAU MARQUES decretou estado de emergência no município por conta do prolongado período de estiagem e cancelou as festividades juninas na cidade, que estava para acontecer entre os dias 23, 24 e 25 de junho de 2012. Wenceslau Marques se reuniu nesta sexta-feira (11) com alguns secretários e tomou a decisão. Para o gestor, é inconcebível a realização de festas, mesmo sendo consideradas tradicionais no município, em um período tão crucial que atualmente passa a população da região Nordeste.

ATENÇÃO POVO PARAIBANO JAMAIS ESQUEÇAM ESSES NOMES E, PRINCIPALMENTE, A AÇÃO DESSES GESTORES. ESSES SIM, ESTÃO MOSTRANDO RESPONSABILIDADE E RESPEITO COM O POVO E COM O DINHEIRO PÚBLICO. POSTURA QUE TODOS OS GESTORES DO NORDESTE DEVERIAM ADOTAR. AFINAL, O NORDESTE NO MOMENTO NÃO TEM O QUE COMEMORAR, FOME E MISÉRIA ALHEIA NÃO SE COMEMORA, AJUDA-SE A COMBATÊ-LAS.

DANIEL DANTAS
INÁCIO JÚNIOR
SEVERINO PEREIRA DANTAS
JOSÉ GERVÁSIO DA CRUZ (ZÉ JOÃO),
WENCESLAU MARQUES

Rosélia Santos

Fonte:
http://oglobo.globo.com/
http://www.extralagoas.com.br/
http://www.sergipeagora.com/

2 comentários:

Anônimo disse...

Há quanto tempo existe esse problema, há quanto tempo, já que os governantes se apropriam desse dilema, os dilemados já deviam ter buscado solução e não ficar resignado. Falta ao povo do nordeste a atitude para o inicio do fim dessa seca.
Onde estão os minérios preciosos? Embaixo da terra, todos sabem se vai buscar, extrair em meio a tanta diversidade de sobrevivência humana, de trabalho e tecnologia mas vai extrair, e a seca em cima da terra, aos olhos de todos, que mata, denegre, deprime, destrói, corrompe entre tantas outras mazelas, a resignação não é uma solução. Tem de partir do próprio povo que vivencia. Falta a esse povo fazer essa parte. Deus não quer, não fez, não determinou que uma parte da população, essa justamente no nordeste fosse a escolhida para passar esse sofrimento Os animais não merece castigo de Deus. A seca é fenômeno recorrente em regiões assim como enchentes em outras. É preciso que se forcem as autoridades fazer o bem feito, porque de mal feito tem demais.

mulheres.compolitica.com

Anônimo disse...

Aqui na cidade de Patos paraiba, o Prefeito ainda vai fazer dez dias de festa. Mas ele tem razão, é rico, nem ele e nem a familia dele vai passar sede nem tampouco deixar de comprar alimentos caros por conseqüência da seca. Isso serve de alerta para aqueles que tem um pouco de inteligência. A seca não atinge só a zona rural não, atinge a todos nós, com os preços subindo e o racionamento de água. Patos era para servir de exemplo para o resto da Paraíba por ser considerada a capital do Sertão. Mas isso era se tivesse um prefeito que realmente se importasse com o povo. Espero que você publique meu comentário e minha demonstração de revolta com esse prefeito que tá ai, que só quer saber de festas e os pobres que se danem. Se fala em retorno por causa do turista, será que vale a pena toda a cidade ter que ficar sem água por causa disso?Esse retorno vai trazer benefícios e água?Quais? de que adianta ter o dinheiro e não ter água? Quem é rico compra mineral como ele e quem é pobre faz o que?? Edilane.

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Bjussss Rosélia Santos.