29 de junho de 2013

MULHERES POLIÂNDRICAS


Você certamente já ouviu falar em homens que se casam com várias mulheres ao mesmo tempo.  É a poligamia, proibida por lei em muitos países do mundo. Mas… e o contrário disso? Imagine que uma mulher pudesse se casar com vários homens ao mesmo tempo! Pois esse costume existe. Chama-se poliandria. Eu visitei algumas vilas poliândricas no norte da Índia, já bem pertinho do Tibet, e vou contar agora para vocês os mitos e as verdades sobre as mulheres poliândricas!
As mulheres poliândricas adoram o costume e são mulheres felizes e realizadas! Quando fui para lá imaginei que encontraria mulheres submissas, obrigadas a se casar com vários homens e servir, inclusive sexualmente, a todos eles.
Mas não é assim que funciona. Elas sentem-se protegidas por todos os maridos. Têm orgulho de ser a rainha da casa e gostam muito de ter vários maridos ao mesmo tempo.
Quando me perguntaram quantos maridos eu tinha, e eu respondi que tinha apenas um, elas ficaram com pena de mim. Disseram que eu me vestia mal e por isso não consegui muitos maridos. Me emprestaram a roupa local, composta de vestidos muito rodados e lenços na cabeça para que eu aprendesse a ficar mais bonita para os homens.
A tradição não tem base religiosa. O costume tem base econômica e funciona assim: o irmão mais velho de uma família escolhe sua futura esposa e, se ela gostar dele, o casamento é realizado. Há uma grande festa na vila e todos participam. Nesse dia apenas o irmão mais velho e sua nova mulher dormem juntos. Mas no dia seguinte à noite de núpcias, o noivo leva para a casa todos os irmãos mais novos e eles passam a dividir a mesma mulher.
Se forem muitos irmãos e a esposa achar que não vai dar conta de administrar todos eles, ela chama uma de suas irmãs mais novas para fazer parte da família também. Assim, as famílias não dividem suas terras entre os vários filhos e a estabilidade econômica da vila fica assegurada.
A esposa se deita com todos eles e tem filhos de todos eles, sem nunca saber quem é de fato o pai biológico de cada um. As crianças também não sabem. Quando perguntei a elas onde estava o papai, elas me respondiam apontando para vários homens em torno. Elas aprendem a chamar a todos de pai. Algumas crianças têm dois, outras três, quatro e até cinco papais! Isso é considerado muito normal nessas comunidades.
A mulher pode escolher com quem vai se deitar no dia em que quiser, contanto que mantenha a harmonia da casa. Ela não deve desprezar nenhum deles mas pode ter um preferido. Todas as mulheres com quem eu conversei me disseram que tinham um eleito entre os irmãos com quem se casavam e que com aquele a relação era especial.
Todos os outros irmãos sabem disso e aceitam essa condição. A sabedoria das mulheres poliândricas é fazer com que todos os maridos sintam-se felizes e que não surjam disputas entre eles. A principal função delas é prestar atenção na personalidade de cada marido e atender suas expectativas, mesmo deixando claro que tem um preferido entre eles.
As casas são divididas em três andares, sem paredes internas. O andar mais alto é a cozinha, onde fica o fogão à lenha e onde todos fazem as refeições. O andar do meio fica aquecido por causa do calor do fogão e por isso todos – esposa, maridos e filhos, dormem ali, no chão de tábuas, juntos. No andar mais baixo ficam os animais.
As relações sexuais não são grupais e não acontecem ali. A mulher se deita com um homem de cada vez e o casal procura lugares discretos, como o campo ou rios próximos, para o sexo.
Todos na família trabalham duro. As mulheres são responsáveis pela agricultura e pelos animais, como cabras e vacas. Elas secam os grãos e a pimenta, muito consumida, e guardam os mantimentos para o inverno que é bastante rigoroso na região.
Os homens constroem e fazem toda a manutenção das casas de madeira, defendem a vila no caso de confrontos com outras comunidades e fazem longas viagens em busca de utensílios e remédios que não são encontrados no isolamento das vilas.
A poliandria está se mantendo nas novas gerações? Mito.
Muitas adolescentes sonham em ter um só marido e dedicar apenas à ele todo o seu amor. São mais românticas e também mais influenciadas pela cultura ocidental, que já chegou às remotas vilas daquelas montanhas do Himalaia indiano.
O problema disso é que, quando um casal decide se casar da maneira ocidental, acaba tendo que fazer a vida longe dali, pois os pais e avós não aceitam dividir a terra entre os vários membros da família. As gerações mais velhas acreditam que manter a terra na mesma família é a única maneira de preservar as comunidades unidas e seguras.
A poliandria é aceita legalmente? Mito!
A poliandria é um costume local, uma tradição das vilas remotas do Himalaia. O casamento oficial é realizado apenas entre o irmão mais velho de uma determinada família e sua noiva. O que acontece depois faz parte da tradição, é conhecido nas grandes cidades da região, mas não é reconhecido pelas leis do país.
 
Fonte:estilo.br.msn.com
Texto retirado na íntegra do site acima e pertence a Repórter Ana Paula Padrão.

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