29 de junho de 2013

SETOR DE BEBIDAS APOSTA NO WHISKY COM SABORES

Os produtores de bebidas alcoólicas ampliam com sucesso o cardápio de sabores e não só para a vodca, mais propensa a excentricidades. O austero uísque tem recebido ingredientes tão inusitados quanto canela e xarope de bordo (“maple syrup”).
O Wild Turkey Liqueur, um bourbon com sabor de mel, chegou ao mercado em 1976. Mas foi só em 2009, quando a Jim Beam lançou o Red Stag, um bourbon com sabor de cereja, as barreiras caíram.
Hoje, parece não haver limites para a criatividade de destilarias como a Heaven Hill (mel e cereja), Brown-Forman (canela apimentada e maçã) e Jack Daniels (mel).
O Canadá aderiu com combinações de maple syrup; em 2012, a Bushmills se tornou a primeira grande marca irlandesa a lançar um uísque com sabor especial, o Bushmills Irish Honey. E em abril, a Escócia entrou na parada com o Highland Honey, da Dewar.
Hoje, os uísques com sabor são o segmento de mais rápido crescimento no setor. Segundo uma pesquisa da Nielsen para a Jim Beam, em 2012 os uísques com sabor responderam por 75% do avanço no setor de uísques e 42% do crescimento no segmento do bourbon (uísque americano, feito sobretudo de milho).
O campo está tão lotado que o bar Jack Rose, de Washington, contabiliza em seu cardápio 25 uísques com sabor. “O segmento cresceu drasticamente”, afirma Bill Thomas, um dos sócios.
Determinar se esse dilúvio de sabores é bom ou ruim para a imagem do uísque depende da pessoa consultada.
Especialistas dizem que o uísque com sabor serve de introdução. O gosto do novo consumidor evoluiria depois para o uísque convencional.
“O ponto inicial costumava ser o bourbon com Coca”, diz Dave Pickerell, ex-destilador-chefe da Maker's Mark. “Esse é um passo na mesma trilha”.
Mas, para alguns puristas, esses produtos têm mais em comum, estética e comercialmente, com a vodca sabor pipoca do que com o uísque.
“Parece uma busca cínica de mercado disfarçada de inovação”, diz Michael Neff, dono de bares em Nova York. “O uísque com sabor não visa atrair novos consumidores para o uísque e sim fazer com que os adeptos da vodca com sabor se sintam adultos”.
Embora os executivos evitem comentar, um objetivo inicial era atrair mulheres.
“Creio ser um esforço agressivo para conquistar mais consumidoras”, diz Pickerell. Ao que parece, funcionou: elas são 45% dos compradores de Red Stag.
Apesar das prateleiras coloridas, porém, Chris Morris, destilador-chefe da Brown-Forman, não vê o uísque a caminho da perdição da vodca.
“A vodca é uma tela em branco; o uísque tem personalidade, e os aditivos precisam harmonizar com ela”.
 
Fonte: folha.uol.com.br

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