14 de novembro de 2013

SORGO BIOMASSA PROMETE NA PRODUÇÃO DE ENERGIA


Com o aumento da demanda por energia no Brasil, que foi de 3,5% em 2012 segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), tem crescido também a busca por fontes alternativas para a geração de eletricidade, como a queima de materiais de origem vegetal.
Uma dessas novas fontes é uma planta chamada de sorgo biomassa, que pode atingir seis metros de altura de 120 a 180 dias após o plantio, dependendo da variedade.
A produção de energia termelétrica (gerada através do calor) com a queima vegetal já é realidade no Brasil. Segundo a UNICA (União Nacional da Indústria de Cana-de-Açúcar), o bagaço da cana - resíduo da moagem da planta - gerou 3% da energia elétrica nacional do ano passado. A grande diferença do sorgo biomassa é que ele será voltado especialmente para a queima.
Segundo André May, pesquisador que encabeça os experimentos com a planta na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), os estudos se aceleraram a partir de 2009, e agora já há empresas e agricultores fazendo testes em áreas extensas, que chegam a até 250 hectares.
“Hoje a demanda do mercado por energia está aumentando e estão colhendo até palha de cana para queimar, mas existe uma limitação da retirada do produto”, afirma May.
A Embrapa pesquisa o sorgo biomassa em 500 hectares junto a parceiros. Mas outras variedades de sorgo já são populares no Brasil, usadas principalmente na alimentação do gado. Para chegar à variedade atual, a empresa cruzou materiais disponíveis num banco de sementes que possui.
A ERB (Energias Renováveis do Brasil), empresa que desenvolve projetos de usinas termelétricas para indústrias, estuda desde 2011 o sorgo biomassa em 60 hectares, numa parceria com a Embrapa. A partir de 2014, a empresa planeja cultivar a planta comercialmente em 1.500 hectares.
A principal característica da planta é a proporção mais elevada de lignina, elemento que dá estrutura para os vegetais. Quanto maior a proporção do material, melhor a planta queima.
Com as pesquisas, a Embrapa já conseguiu aumentar de 2% para 12% o teor de lignina do sorgo, e a tendência é que a proporção continue a aumentar rapidamente, afirma May.
André May explica que o sorgo biomassa sai na frente de outras culturas avaliadas para a geração de energia, pois cresce rápido, exige menos cuidados do que bambu e eucalipto, por exemplo, e tem boa produtividade, diferentemente do capim-elefante, entre outros.
“Enquanto um eucalipto demora seis meses para se desenvolver, o sorgo precisa de 100 a 120 dias”, afirma Maurício Barbosa, diretor da NexSteppe, referindo-se às variedade desenvolvidas pela empresa, que pesquisa matérias-primas para indústrias de biocombustíveis e bioenergia.
A  Barbosa destaca ainda a tolerância à seca como outra grande vantagem do sorgo biomassa.
Nelson Amado, diretor de produção e desenvolvimento da ERB, destaca que o sorgo tem a vantagem de ser plantado a partir de sementes, e não partes do caule, como ocorre com outros plantas, o que facilita o cultivo mecanizado. Além do sorgo, a ERB trabalha também com o eucalipto e o bagaço da cana como matérias-primas para produção de energia. 
Dessa forma, o sorgo biomassa poderia ser cultivado nas ‘janelas’ dos períodos em que não há cultivo de milho no Centro-Oeste, por exemplo, e poderia ser uma atividade complementar para os agricultores da região. Segundo May, da Embrapa, a planta deve ser cultivada preferencialmente do começo ao final de novembro.
A NexSteppe afirma que a tonelada do sorgo biomassa é cotada entre R$ 48 e R$ 55 - uma tonelada de bagaço de cana custa entre R$ 55 e R$ 70.
A variedade desenvolvida pela Embrapa atinge até seis metros de altura num período de 150 a 180 dias, o que faz sua produtividade variar de 30 a 50 toneladas de massa seca por hectare - o capim-elefante, por sua vez, tem produtividade de apenas 35 toneladas por hectare, segundo a Embrapa.
Segundo Barbosa, da NexSteppe, as variedades de sorgo biomassa da empresa atingem de quatro a seis metros de altura e produtividade de 20 a 40 toneladas de massa seca por hectare.
As sementes, que antes eram importadas da Bolívia e dos Estados Unidos, já são produzidas no Brasil. Além da NexSteppe e da Embrapa, também a empresa Ceres pesquisa o sorgo biomassa.
 
Fonte: uol.com
Por: André Cabette Fábio

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